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Tragédia em Santa Catarina

Depois do tornado, Xanxerê pode levar um ano para ser reconstruída

Equipes de resgate tentam encontrar novas vítimas População se mobiliza em mutirões para ajudar a reconstruir as casas destruídas

Casas destruídas em Xanxerê.
Casas destruídas em Xanxerê.Julio Cavalheiro (Secom)

Sem raios de sol e às vezes sob chuva fina, parte da população de Xanxerê, no Oeste Catarinense, tomou as ruas nesta quarta-feira cedo para medir o tamanho do desastre. A passagem do tornado a 250 km/h, na tarde de segunda-feira, destruiu metade da cidade. Resta a reconstrução, que não será fácil. O prefeito do município, Ademir Gasparini, estima que leve um ano para reerguer novamente a cidade, de 48.000 habitantes. Há 6.000 desabrigados e outras 4.000 pessoas que sofreram algum dano material. Mas a perda de Cristiane Sutil é mais grave. O marido Alcemar, de 31 anos, morreu, e o filho Gabriel, de 8, está na UTI com hemorragia craniana.

Entre os 120 feridos, outras três vítimas têm quadros sérios de saúde. Uma menina de cinco anos está na UTI do Hospital Regional de Chapecó com traumatismo craniano, um jovem de 18 anos está internado na neurologia e uma senhora de 63 anos está em coma induzido e respira por aparelhos.

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Os dois mortos durante o tornado, Alcemar e Deonir Comin, 48 anos, foram sepultados nesta terça-feira. A procura por vítimas ainda não cessou.

Para os trabalhos de resgate, Xanxerê foi dividida em oito setores. Em cada um deles há uma equipe de bombeiros, outra de policiais ambientais e assistentes sociais. As tarefas são múltiplas: procurar corpos entre os escombros, auxiliar os desabrigados e garantir que diante do caos a situação não piore com saques às casas.

Já o Ministério da Integração Nacional convocou 200 soldados para ajudar nos trabalhos. A população não assiste parada. Há mutirões de reconstrução e até os professores auxiliam. As aulas no município estão suspensas.

Doações têm chegado das cidades vizinhas – mais de 700 colchões, cobertores, água, agasalhos, alimentos – e o programa Mesa Brasil Sesc anunciou a oferta de seis toneladas de roupas, alimentos e produtos de higiene.

Nesta tarde o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi – que já visitou Xanxerê – deve ir a Ponte Serrada, que foi atingida com menos impacto, e decretar situação de calamidade pública e emergência nas duas cidades. O decreto deverá ser publicado no Diário Oficial da União desta quinta. O governador Raimundo Colombo fez o mesmo decreto em âmbito estadual.

Ao instituir calamidade pública, um dos benefícios da população é retirar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, anunciou que uma equipe ministerial irá a Xanxerê nos próximos dias emitir carteiras de trabalho aos atingidos, para que possam retirar o dinheiro.

A Caixa também deve deslocar uma unidade móvel à área para avaliar se existe possibilidade de enquadrar as famílias desabrigadas em programas de construção privada ou no Minha Casa Minha Vida.

Uma equipe do Procon Estadual também foi enviada à cidade para evitar reajustes abusivos no comércio, principalmente de materiais de construção.

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