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Lava Jato prende ex-deputados e põe banco federal sob investigação

Os ex-parlamentares André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa são detidos PF também investiga contratos do Ministério da Saúde

G. A.
São Paulo -
Policiais federais cumprem mandatos em Londrina.
Policiais federais cumprem mandatos em Londrina.PF-PR

A 11ª fase da operação Lava Jato, iniciada nesta sexta-feira pela Policia Federal, prendeu três ex-deputados federais e colocou o foco das investigações em contratos da Caixa Econômica com agências de publicidade, e do Ministério da Saúde com laboratórios, em especial, o Labogen. André Vargas (ex-PT-PR e hoje sem partido), que teve o mandato cassado pela Câmara em dezembro, Luiz Argôlo (ex-PP e hoje Solidariedade-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), além de quatro pessoas ligadas aos políticos, foram detidos nesta manhã.

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Sobre Vargas pesa a suspeita de ter intermediado, na Saúde, negócios ilegais do doleiro e delator do esquema Alberto Yousseff, além de ter supostamente recebido propina da agência de publicidade Borghi/Lowe para facilitar contratos com o banco federal Caixa. Outras empresas de propaganda também estão sendo investigadas. Corrêa, que já foi condenado no mensalão, foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter recebido 5 milhões de reais em propinas pagas à estatal. O PP é a legenda com maior número de indicados na lista do procurador da República, Rodrigo Janot, que apontou 49 pessoas ligados ao mundo político. Desses, 31 são do PP. De acordo com as investigações, Argôlo teria mediado contratos entre o laboratório Labogen – ligado a Yousseff - e a pasta da Saúde.

Os outros quatros detidos são o irmão de Vargas, Leon Vargas, Ivan Torres, suposto funcionário laranja de Corrêa, Elia Santos da Hora, secretária de Argôlo, e Ricardo Hofmann, vice-presidente e diretor-geral da agência de publicidade Borghi/Lowe em Brasília. Além dos mandados de prisão, a PF cumpre também nove mandados de condução coercitiva (quando alguém não chega a ser preso mas é obrigado a prestar depoimento) e 16 de busca e apreensão no Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Um imóvel de alto padrão foi sequestrado pela PF em Londrina, no Paraná, e será colocado à disposição da Justiça.

A nova etapa da operação foi batizada de A Origem, é uma referência às investigações iniciais da Lava Jato, que foram realizadas no Paraná. À época, interceptações telefônicas em aparelhos do doleiro Yousseff levaram aos nome dos ex-parlamentares. Nesta fase são investigados os crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, fraude em licitações, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.

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