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Michael Jackson pagou 62 milhões de reais para silenciar supostas vítimas

Valor é divulgado depois de novas ações contra o cantor por abuso de menores

Michael Jackson, no controle do tribunal de Santa Bárbara (Califórnia) em junho de 2005.
Michael Jackson, no controle do tribunal de Santa Bárbara (Califórnia) em junho de 2005.WireImage

Nem o tempo nem sua morte conseguem afastar Michael Jackson de seus problemas legais. Duas novas ações por abuso sexual de menores estão prestes a serem aceitas nos tribunais de Los Angeles. Foram apresentadas por James Safechuck, agora maior, que o rei do pop conheceu menino quando filmaram um anúncio, e por Wade Robson, nos últimos anos coreógrafo de estrelas como Britney Spears e Justin Timberlake. As ações são relativas a acontecimentos alegadamente ocorridos no final dos anos oitenta. Deveriam ter sido apresentadas há mais de um ano, quando o suposto crime prescreveu, mas se o juiz Mitchell Beckloff admiti-las, os dois terão a seu favor uma vantagem que os demandantes anteriores não tiveram: podem apresentar como prova o dinheiro supostamente pago por Jackson a outras vítimas para comprar seu silêncio.

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Segundo declararam à imprensa os advogados encarregados do caso, a soma pode superar os 18,4 milhões de euros (62 milhões de reais) divididos por 20 supostas vítimas do cantor, que a acusação quer apresentar como pedófilo compulsivo. Os demandantes pedem como punição compensação financeira não determinada, que seria retirada da fortuna recebida pelos herdeiros de Jackson e calculada em mais de 3 bilhões de reais.

Robson, de 32 anos, afirma que o cantor abusou sexualmente dele entre os 7 e os 14 anos, no famoso rancho Neverland. Mas, durante o julgamento contra o cantor em 2005 o agora coreógrafo declarou que nunca tinha sido vítima de abusos. Robson agora afirma que sofreu “lavagem cerebral” para que mentisse, mas que nunca recebeu dinheiro para se calar. “Ele me ligava antes das audiências e me dizia o que precisava dizer”, relatou recentemente à imprensa. Segundo Robson, o nascimento de seu primeiro filho o fez romper o silêncio e confessar suas lembranças verdadeiras.

No caso de Safechuck, de 36 anos, os supostos abusos aconteceram em 1988, quando tinha oito anos. Jackson deu um cheque de um milhão de dólares (3,1 milhões de reais) para seu pai, depois de um relacionamento abusivo que estendeu por mais de um ano. Safechuck fala até de um casamento secreto, no qual Jackson tomou o jovem como “esposa”, dando-lhe uma certidão de matrimônio e trocando anéis como mostra de “amor eterno”. Segundo seus advogados, o demandante também fala da lavagem cerebral a que se sentiu submetido durante o tempo em que Jackson abusou dele mais de uma centena de vezes, fazendo-o crer que isso era seu desejo.

Durante os últimos anos de vida, Jackson teve que responder a duas acusações de pedofilia e abuso sexual de um menor. Em 1993 o caso apresentado por Evan Chandler em nome de seu filho Jordan, suposta vítima de 13 anos, foi encerrado com um acordo financeiro fora do tribunal. Em 2005 o cantor foi declarado inocente da acusação de abuso sexual de Gavin Arvizo, de 13 anos. Caso seja aceita, essa será a primeira denúncia por abuso sexual de menores contra Jackson depois de sua morte, em 2009.

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