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Apresentador é despedido por chamar Michelle Obama de “macaca”

A rede Univisión demite o venezuelano Rodner Figueroa por seus comentários racistas

Silvia Ayuso
Rodner Figueroa, nos Grammy de 2011.
Rodner Figueroa, nos Grammy de 2011.Chris Pizzello (AP)

Foi uma demissão fulminante. A rede hispânica Univisión não duvidou em demitir de maneira imediata Rodner Figueroa, um de seus apresentadores principais e que participava em vários de seus programas mais populares. Claro que isso era até quarta-feira, quando teve a péssima ideia de fazer um comentário racista sobre a primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, em uma transmissão ao vivo de um dos programas mais vistos da rede hispânica com sede em Miami.

“Ontem, durante o programa de entretenimento El Gordo y La Flaca, Rodner Figueroa fez comentários sobre a Primeira-Dama, Michelle Obama, que foram completamente reprováveis e de nenhuma maneira refletem os valores ou opiniões de Univisión. Como resultado, o Sr. Figueroa foi despedido imediatamente”, diz o sucinto comunicado emitido apenas 24 horas depois do episódio.

Os “reprováveis comentários” se produziram quando Figueroa, de origem venezuelano, comentava o trabalho de um maquiador, Paolo Ballesteros, que se tornou muito conhecido por suas transformações em personagens famosos como atrizes, modelos e até a primeira-dama.

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“Bom, cuidado, Michelle Obama, vocês sabem que parece ser parte do elenco de O Planeta dos Macacos, o filme”, disse Figueroa, que não se corrigiu, segundo a imprensa local, nem quando seus companheiros de programa, assustados, chamaram sua atenção para o pouco delicado que tinham sido suas palavras. E não é para menos. Univisión, graças sobretudo ao jornalista de origem mexicana Jorge Ramos, goza de um acesso privilegiado ao presidente Barack Obama, que participou, em numerosas ocasiões, de entrevistas e eventos da rede hispânica.

Figueroa, de 42 anos e ganhador em 2014 de um prêmio Emmy como melhor condutor hispânico, começou sua carreira em Univisión há 17 anos como produtor do programa onde caiu em desgraça. Também conduzia o programa dominical Sal y Pimienta e participava em apresentações especiais de prêmios e eventos para a rede.

Depois de saber que havia sido despedido, Figueroa enviou uma “carta aberta de desculpas” à afetada, na qual nega enfaticamente ser racista e condena a forma em que foi despedido depois que Univisión, afirma, recebeu uma “queixa do escritório” da primeira-dama.

“Estou envergonhado, peço desculpas (...) Assumo a responsabilidade por esta falta de juízo de minha parte, mas não posso aceitar ser chamado de racista por ninguém”, escreve Figueroa. O apresentador lembra, além disso, que vem de uma família “birracial latina” – seu pai é afro-latino – e que é “o primeiro apresentador abertamente gay na TV hispânica”. “Eu votei, e assumi, duas vezes em seu marido, Barack Obama, porque considero que é um grande homem que respeita as minorias, como eu, neste país”, acrescenta.

Por enquanto, Univisión não reagiu a seu mea culpa. Além disso, apagou qualquer rastro de sua carreira no site da rede.

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