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China fixa meta de crescimento em taxa “aproximada” de 7% para 2015

A meta é a mais baixa anunciada pelo Governo chinês nos últimos 25 anos

Macarena Vidal Liy
Uma fábrica de aço, em Qingdao (China).
Uma fábrica de aço, em Qingdao (China).AFP

A China crescerá “aproximadamente” 7% ao longo de 2015. Esse é o objetivo anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, na inauguração da sessão anual do Legislativo no Grande Palácio do Povo Pequinês. É a cifra mais baixa fixada pelo Governo nos últimos 25 anos.

Na apresentação aos cerca de 3.000 deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP) de seu “relatório sobre o trabalho do Governo” – uma exposição sobre o alcançado no último ano e as metas para este –, Li anunciou um aprofundamento nas reformas econômicas. Prometeu também novas medidas para a luta contra a poluição e mão pesada contra a corrupção, dois dos principais motivos de descontentamento entre a população chinesa.

A meta da inflação, também em resposta a uma atividade econômica menos intensa, se reduzirá dos 3,5% do ano passado a 3% este ano

“As pressões de baixa sobre a economia chinesa estão tornando-se mais intensas”, declarou o primeiro-ministro. “Alguns problemas muito enraizados no desenvolvimento econômico do país estão ficando mais evidentes. As dificuldades que encaramos para este ano podem ser piores que as do ano passado. Este será um ano crucial para aprofundar as reformas”.

Mesmo alinhado com o enfraquecimento da economia que o país já começou a registrar – no ano passado o PIB aumentou 7,4%, um ponto decimal abaixo das previsões oficiais –, Li considera que os objetivos de crescimento do Governo permitirão a criação de mais de 10 milhões de empregos nas cidades, onde a taxa de desemprego deve manter-se abaixo de 4,5%. Para conseguir tal intento será vital impulsionar o setor de serviços, “que pode trazer uma quantidade enorme de oportunidades de trabalho e conta com um vasto potencial de desenvolvimento”, disse Li.

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A meta da inflação, também em resposta a uma atividade econômica menos intensa, se reduzirá dos 3,5% do ano passado a 3% este ano. O gasto público crescerá 10,6% e alcançará 2,5 trilhões de euros (8 trilhões de reais) em 2015, o que elevará o déficit orçamentário a 235,8 bilhões de euros (1 trilhão de reais), por volta de 2,3% do PIB, frente a taxa de 2,1% do ano passado.

Dentro deste orçamento, a maior fatia será da Defesa. Como uma porta-voz já havia antecipado na quarta-feira, o Exército Popular de Libertação (EPL) receberá em 2015 129,1 bilhões de euros (424,5 bilhões de reais ), 10,1% a mais do que em 2014.

Os orçamentos para controlar a contaminação do ar também aumentarão em 9,5% para alcançar 1,68 bilhão de euros (5,52 bilhões de reais), e os subsídios para a conservação de energia e redução de emissões aumentarão em 40,5%. A China, afirmou o primeiro-ministro, espera reduzir em 3,1% suas emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB.

Primeiro-ministro considera que os objetivos de crescimento do Governo chinês ainda permitirão a criação de mais de 10 milhões de empregos nas cidades, e a taxa de desemprego deve manter-se abaixo de 4,5%

“A poluição é uma mancha na qualidade de vida das pessoas e um problema que prejudica a todos. Devemos combatê-la com todas as nossas forças”, afirmou o primeiro-ministro chinês. As normas de proteção ambientais, que até agora mal eram levadas em conta, serão estritamente cumpridas, e quem contaminar “terá que prestar contas”.

A mão pesada, afirmou, também será empregada contra a corrupção. A campanha lançada pelo presidente chinês, Xi Jinping, após sua chegada ao poder em 2012 e sob a qual caíram aproximadamente 80.000 funcionários, “é de longa duração”, alertou. “Nossa tolerância com a corrupção é zero, e qualquer um que seja culpado será duramente tratado. Cada caso, seja das instâncias mais altas ou das mais baixas, será severamente castigado”.

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