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Família confirma morte da refém norte-americana do Estado Islâmico

Grupo jihadista afirma que ela morreu durante bombardeios feitos pela Jordânia na Síria

Mueller, em maio de 2013, antes de seu sequestro.
Mueller, em maio de 2013, antes de seu sequestro.Matt Hinshaw (AP)

A família da jovem norte-americana Kayla Jean Mueller, sequestrada em agosto de 2013 na Síria, confirmou nesta terça-feira seu falecimento. O anúncio foi feito quatro dias depois que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) afirmou que a mulher, de 26 anos, tinha morrido durante os bombardeios realizados pela Jordânia no Norte da Síria como represália pela execução do piloto jordaniano capturado pela organização extremistas.

“Estamos desolados por compartilhar que recebemos a confirmação de que Kayla Jean Mueller faleceu”, informa o comunicado da família, que não detalha a causa da morte. “Kayla era uma compassiva e comprometida trabalhadora humanitária. Dedicou toda sua jovem vida àqueles que necessitavam de liberdade, justiça e paz.”

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Pouco depois do anúncio da família, a Casa Branca emitiu um comunicado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em que confirmava a morte da jovem, mas também sem revelar a causa da morte. Os dois comunicados incluíam o nome da morta. A família tinha pedido na semana passada que sua identidade não fosse divulgada.

A família de Mueller recebeu no fim de semana mensagem privada dos sequestradores do EI com “informação adicional” sobre a jovem, disse a porta-voz do Consejo Nacional de Segurança da Casa Branca, Bernadette Meehan. “Quando essa informação foi autenticada pela comunidade de inteligência, a conclusão foi que Kayla tinha perecido.”

“Neste momento de inimaginável sofrimento, o país compartilha a dor” da família de Mueller, diz a nota da Casa Branca, que promete “levar à Justiça os terroristas responsáveis pelo seu cativeiro e sua morte. “O EI é um grupo terrorista odioso e aberrante, cujas ações fazem contraste cruel com o espírito de gente como Kayla. Neste dia, conformamo-nos com o fato de que o futuro não pertence aos que destroem, e sim à irreprimível força da bondade humana, que Kayla Mueller representará para sempre”, acrescenta.

Confirmação da morte é feita quatro dias após o Estado Islâmico ter dito que ela havia morrido durante bombardeio jordaniano

O comunicado presidencial louva a experiência humanitária de Mueller. No Estado do Arizona trabalhou como voluntária num refúgio para mulheres e numa clínica de tratamento do HIV. Também colaborou com organizações humanitárias na Índia, em Israel e com os palestinos. Depois foi à Turquia, onde ajudou refugiados sírios, e de lá se deslocou para a Síria, onde foi sequestrada.

“A compaixão e dedicação de Kayla em assistir aos necessitados demonstra que até no meio do mal inadmissível pode viver a decência essencial da humanidade”, afirma. “Kayla representa o melhor da América e exprime seu profundo orgulho pelas liberdades de que os norte-americanos desfrutam e pelas quais tanto lutam no mundo.”

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