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Jordânia bombardeia Estado Islâmico após assassinato do piloto

País liberta um guia espiritual da Al Qaeda que condenou as práticas jihadistas

Agências
Amán -
O Rei da Jordânia, Abdullah II (esquerda), abraça o pai do piloto jordaniano assassinado pelo Estado Islâmico.
O Rei da Jordânia, Abdullah II (esquerda), abraça o pai do piloto jordaniano assassinado pelo Estado Islâmico.AFP

A Jordânia retomou os bombardeios contra o Estado Islâmico (EI) nesta quinta-feira, depois de 40 dias de trégua desde a captura do piloto jordaniano Muath al-Kasaesbeh, assassinado no cativeiro pelos jihadistas, aparentemente queimado vivo, segundo um vídeo divulgado pelo EI. No retorno dos bombardeios os caças jordanianos sobrevoaram o povoado natal do piloto, em sua homenagem, enquanto o rei Abdullah II e sua mulher visitavam a família do militar morto. Ao mesmo tempo, o Tribunal da Segurança do Estado libertava Abu Mohamad al Maqdisi, detido em outubro e considerado um guia espiritual do grupo terrorista Al Qaeda, embora tenha depois repudiado seus atos.

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Aviões militares jordanianos reiniciaram as operações contra o EI que haviam sido suspensas em 25 de dezembro, o dia seguinte à captura de Kasaesbeh pelos radicais, depois que o avião que ele conduzia caiu na região de Al Raqa, reduto do Estado Islâmico na Síria. A Jordânia não especificou onde ocorreram os bombardeios, mas uma fonte do setor de segurança indicou que foram na Síria, em declarações à Reuters.

"A resposta da Jordânia e seu Exército depois do que ocorreu com nosso querido filho será severa”, declarou na quarta-feira o rei da Jordânia. O monarca e sua mulher, a rainha Rania, visitaram nesta quinta-feira a aldeia natal de Kasaesbeh, na província de Karak, 120 quilômetros ao sul de Amã. Os reis expressaram seu pesar à família do piloto, seguindo a tradição islâmica, de acordo com um comunicado da Casa Real.

Caça jordaniano sobrevoa o povoado natal do piloto assassinato pelo EI.
Caça jordaniano sobrevoa o povoado natal do piloto assassinato pelo EI.Nasser Nasser (ap)

Em uma medida de outro teor, o governo jordaniano libertou Al Maqdisi, considerado o mentor do grupo salafista jihadista, preso em outubro por sua oposição à participação da Jordânia na aliança internacional liderada pelos Estados Unidos contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico. Fontes do setor de segurança disseram à EFE que o promotor, o coronel Fawaz al Otum, decidiu retirar as acusações apresentadas contra Al Maqdisi por incitar à ação contra o regime.

Embora não tenha sido divulgado o motivo que levou à ordem de libertação do líder salafista, alguns analistas observaram que recentemente Al Maqdisi e outros pregadores condenaram as práticas do EI por serem contrárias ao islamismo.

A libertação daquele que foi referência espiritual do líder da Al Qaeda se deu dois dias depois de o Estado Islâmico difundir um vídeo no qual aparentemente o grupo queimava vivo Kasaesbeh, capturado em dezembro no leste da Síria.

Horas depois do surgimento dessas imagens, a Jordânia executou dois islamistas que estavam presos, incluindo a miliciana iraquiana Sajida al Rishawi, cuja libertação tinha sido reivindicada pelo Estado Islâmico como parte de uma hipotética troca.

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