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Líder de grupo islamofóbico alemão renuncia após postar foto como Hitler

'Bild' reproduz foto de líder do Pegida, caracterizado como Hitler. Promotoria investiga

Luis Doncel
A foto que Bachmann, caraterizado como Hitler, publicou no Facebook.
A foto que Bachmann, caraterizado como Hitler, publicou no Facebook.Bild

O líder do autodenominado Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida), Lutz Bachmann, anunciou sua renúncia na quarta-feira, depois de uma foto sua caracterizado como Adolf Hitler ter sido publicada no tabloide Bild. Desde o surgimento desse movimento, há três meses, seus dirigentes vinham insistindo que não são xenófobos, racistas ou da ultradireita. Mas a fotografia de Bachmann representa um golpe letal para a imagem beatífica que o Pegida queria apresentar de si mesmo.

Antes da renúncia, líderes da organização e do partido ultraconservador Alternativa para a Alemanha tinham demonstrado seu mal-estar com as fotos de Bachmann com bigode hitlerista, que ele mesmo havia postado em seu perfil do Facebook em 2012. A promotoria de Dresden iniciou uma investigação para determinar se isso constitui um delito.

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“Abrimos um processo pelas suspeitas de que tenha havido incitação ao ódio”, disse um porta-voz da promotoria.

Os porta-vozes do movimento anti-islâmico tentaram abordar a questão como “uma brincadeira”. Mas não se tratava apenas da foto. O líder do Pegida, um homem de 41 anos que já foi condenado por delitos como roubo com violência e tráfico de drogas, também havia escrito comentários racistas em sua rede social.

“Não há nenhum refugiado que fuja da guerra. É evidente que os que conseguiram financiar sua fuga para a Europa não estavam sendo ameaçados”, escreveu no Facebook, segundo o Dresdner Morgenpost. Em outras mensagens ele se referia aos solicitantes de asilo como “gado” do qual seria preciso proteger os funcionários dos serviços sociais ou “lixo”, uma terminologia que lembra a que costumam usar os frequentadores dos ambientes neonazistas. “Não comentamos atos privados”, se limitaram a responder os porta-vozes do Pegida, horas antes da renúncia daquele que até hoje fora seu líder.

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