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Indonésia afirma que o mau tempo causou o acidente da AirAsia

Agência meteorológica acredita que formou-se uma camada de gelo no motor da aeronave

Agencias Lara Otero
Surabaya / Madri -
Familiares de passageiros do avião fazem vigília.
Familiares de passageiros do avião fazem vigília.L. Y. F. (Bloomberg)

A Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia (BMKG, na sigla em indonésio) considera que as más condições meteorológicas desencadearam o acidente do Airbus A320 da AirAsia, que caiu em 28 de dezembro no mar de Java com 162 pessoas a bordo. Um comunicado publicado no sábado em indonésio diz que “de acordo com a base dos dados disponíveis sobre a última localização do avião, a meteorologia foi provavelmente o fator que desencadeou o acidente”, assinala o comunicado, segundo a tradução da France Presse. 34 corpos já foram recuperados, mas o mau tempo está complicando também os trabalhos para determinar se os cinco objetos localizados na superfície do mar são do avião acidentado.

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O texto da BMKG acrescenta que é possível que tenha ocorrido um processo de congelamento pelo qual formou-se gelo no motor, mas trata-se somente de hipóteses por não se conhecer os dados das caixas pretas. A autoridade responsabilizada pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), órgão das Nações Unidas, para investigar os acidentes aéreos na Indonésia é o Comitê Nacional de Segurança no Transporte, que ainda não publicou nenhum comunicado. Uma fonte anônima da investigação citada pela agência Reuters assegurou que os dados do radar indicam que o avião realizou “uma subida muito acentuada, muito além dos limites” que o Airbus A320 pode aguentar.

A agência meteorológica indonésia assegura que a documentação proporcionada por ela mesma para o voo QZ-8501 (que segundo as autoridades do país violou as permissões para voar) “mostra condições meteorológicas bastante inquietantes para um avião em nível de cruzeiro para a rota escolhida”. O comunicado diz que, como já se sabia, o piloto havia solicitado aos controladores um desvio na rota programada e uma subida dos 32.000 para os 38.000 pés (de 9.800 metros para 11.600) para escapar de uma área de tempestade.

O comunicado da agência meteorológica assinala também que “a análise inicial mostra que o avião pode ter entrado em uma grande nuvem” e refere-se a “incidentes semelhantes” ocorridos anteriormente: em 16 de janeiro de 2002 um Boeing 737 da companhia Garuda Indonesia sofreu a parada dos dois motores quando tentava escapar de uma tempestade. Em 1 de janeiro de 2007 um voo da Adam Air de Surabaya para Manado caiu com 102 pessoas após o sistema de Referência Inercial (IRS) de ajuda à navegação quebrar por conta do mau tempo. Seis dias antes do acidente do voo da AirAsia, em 22 de dezembro, um Airbus A330 da Singapore Airlines que voava de Osaka para Singapura sofreu severas turbulências que o levaram a perder 300 pés de altitude (90 metros). 14 das 281 pessoas a bordo ficaram feridas, segundo a base de dados do The Aviation Herald.

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