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Israel mata líder do Hamas em uma nova operação na Faixa de Gaza

Ataque é o maior desde o final dos conflitos ocorridos no meio deste ano

Um militar israelense no norte de Gaza neste 24 de dezembro.
Um militar israelense no norte de Gaza neste 24 de dezembro.AMIR COHEN (REUTERS)

Pelo menos um palestino morreu na quarta-feira e um israelense foi ferido gravemente no maior enfrentamento na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza desde o final da guerra, em 26 de agosto. O incidente aconteceu na quarta quando uma patrulha do Exército israelense foi atacada por um franco-atirador não identificado na altura da localidade de Khan Yunis, na Faixa de Gaza. O Exército respondeu a agressão com disparos de tanques e bombardeios aéreos.

O último incidente

  • Aconteceu quando uma patrulha israelense vigiava reparos no muro fronteiriço de Gaza.
  • Os soldados receberam várias rajadas de disparos vindas de Hirbet Hazaa, nas proximidades da passagem fronteiriça de Kisufim. Um soldado ficou ferido.
  • O Exército bombardeou a Faixa de Gaza. Dois projéteis caíram próximos de Khan Yunis e mataram um miliciano.

Fontes palestinas anunciaram que esses ataques mataram Tayseer Asmairi, de 47 anos, dirigente do braço armado do Hamas no sul de Gaza e responsável por pontos de observação fronteiriços.

O Exército israelense confirmou que um de seus soldados foi ferido gravemente no peito pelos disparos e que foi hospitalizado. “Estamos prontos para qualquer eventualidade, e não deixaremos sem resposta os ataques contra nossas forças”, afirmou o chefe do Estado Maior, Benny Ganz.

Enquanto isso, Sami Abu Zuhri, o porta-voz do Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza, afirmou que “forças israelenses tentaram cruzar a fronteira para o lado palestino, e isso exigiu uma resposta”. “A responsável por essas tensões é a [política de] ocupação”, acrescentou.

Essa escaramuça vem precedida de crescentes tensões nas últimas semanas dentro dos territórios palestinos. O presidente Mahmud Abbas (da Fatah, que governa na Cisjordânia) acusou o Hamas de estar por trás de uma mais de uma dezena de bombardeios aos seus oficiais de alto escalão em Gaza, no mês passado.

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Na sexta-feira, um dos grupos rebeldes que lutam pelo poder na Faixa de Gaza lançou um foguete contra o território israelense. O Governo de Benjamin Netanyahu respondeu com um bombardeio contra uma fábrica de cimento que, segundo o Exército, produzia material para refazer os túneis que o Hamas utiliza em seus ataques e que foram destruídos durante a operação Limite Protetor no começo do segundo semestre de 2014, na qual morreram mais de 2.100 palestinos e 73 israelenses, entre eles 67 soldados.

Parece não existir alívio para os cerca de dois milhões de habitantes de Gaza. O estado de sítio continua. Israel admite a saída de pessoas somente em casos de emergências humanitárias. Funcionários das Nações Unidas afirmam que foram entregues somente 2% dos 100 milhões de euros (329 milhões de reais) prometidos em assistência internacional para a reconstrução e reabilitação da Faixa de Gaza. Essa semana, o Egito abriu suas fronteiras pela primeira vez desde outubro, e as manteve abertas durante três dias, o que provocou distúrbios nas passagens fronteiriças e alfândegas, nas quais uma multidão se concentrou na esperança de conseguir sair de Gaza.

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