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Boko Haram sequestra cem pessoas em um povoado da Nigéria

Seita radical islâmica da Nigéria ataca uma localidade no nordeste do país

Captura de vídeo da seita radical islâmica Boko Haram gravado em julho.
Captura de vídeo da seita radical islâmica Boko Haram gravado em julho.AFP

A seita radical islâmica Boko Haram matou cerca de trinta pessoas e sequestrou uma centena – a maioria mulheres e crianças, mas também homens jovens – em um ataque realizado no domingo em Gumsuri, uma localidade remota do nordeste da Nigéria.

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O grupo, que desde abril mantém em seu poder 200 estudantes sequestradas em um povoado próximo ao do último ataque, ainda não reivindicou o ato terrorista. Entretanto, um sobrevivente do ataque assegurou à BBC que os agressores eram milicianos do Boko Haram. Funcionários do governo baseados na área, citados pela rede britânica, também afirmam que os agressores pertencem à milícia radical.

Embora o ataque tenha ocorrido no domingo, as notícias só começaram a ser divulgadas na quinta-feira, quando os sobreviventes chegaram a Maiduguri, uma das localidades próximas a Gumsuri. Vários vizinhos desse povoado relataram que os milicianos atacaram a àrea do mercado e atearam fogo às lojas e a mais de 50 casas.

Ao que parece, os milicianos primeiro atacaram, a localidade de Amchide (na fronteira com Camarões) na quarta-feira e chegaram quatro dias depois a Gumsuri, alguns em dois caminhões e outros a pé. O Exército de Camarões – que diz ter matado 116 milicianos que tinham atacado uma de suas bases – reconheceu hoje que os veículos de seu batalhão de elite foram capturados em uma emboscada na quarta-feira. Um soldado morreu e outro está desaparecido.

Um vizinho que não presenciou o ataque, mas que é do povoado e está ali visitando a família disse à Reuters que os milicianos atacaram a localidade com fuzis AK-47 e armas automáticas. Um oficial disse à agência France Presse que o grupo de vigilantes (aparentemente não profissionais) que defendiam a área contra ataques foram, esta vez, emboscados.

“Reuniram as pessoas e mataram a tiros umas trinta. Depois, levaram mais mulheres e crianças em duas caminhonetes”, disse o vizinho. O sobrevivente do ataque que falou com a BBC (que verificou seu testemunho) relatou que depois do ataque retornou ao povoado e ajudou a enterrar 33 corpos. Assegurou que tinha ido de casa em casa para determinar quantas pessoas tinham desaparecido.

Mais de 2.000 pessoas morreram em ataques similares este ano, a maioria no estado de Borno (perto da fronteira com o Camarões), que é o bastião histórico do Boko Haram – cujo nome em língua hausa se pode traduzir como “a educação não islâmica é pecado”.

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