CGU abre processo que pode impedir gigantes de contratar com o Governo
Ação envolve oito empreiteiras, como Camargo Corrêa, Mendes Junior e Queiroz Galvão Controladoria avisa que novos processos podem ser abertos contra outras empresas
Oito das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que apura ilícitos em contratos com a Petrobras, podem ser impedidas de contratar obras com o Governo federal. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, determinou nesta quarta-feira a abertura de processos administrativos de responsabilização contra Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Junior, OAS, Queiroz Galvão e UTC-Constran.
Essas empreiteiras, responsáveis pelas maiores obras do país, são suspeitas de participar de um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em sua relação com a petroleira brasileira, e muitos de seus dirigentes chegaram a ser detidos no mês passado. Segundo a CGU, a decisão é “resultado da análise de documentos e informações da investigação da Operação Lava Jato, que foram compartilhadas pela justiça Federal, pelo juiz Sérgio Moro”. Em nota, a Controladoria informou que, para abrir o processo, “a CGU se baseou não apenas nos depoimentos contidos no material compartilhado, mas principalmente nas provas documentais, como e-mails, notas fiscais, transferências bancárias e registros de interceptações telefônicas, entre outros”.
Apesar de o processo se restringir a oito empreiteiras, a Controladoria segue analisando o caso e avisa que “há a possibilidade de que novos processos sejam abertos contra outras empresas”. A notificação das empresas será feita pela Corregedoria da CGU nos próximos dias e os processos poderão acarretar, quando encerrados, o impedimento de celebrar novos contratos com a União e a aplicação de multas.
Nesta terça-feira, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse, durante acareação em CPI com outro ex-diretor da empresa, Nestor Cerveró, que as irregularidades identificadas pela Operação Lava Jato acontecem “no Brasil inteiro, nas rodovias, nas ferrovias, nos portos, nos aeroportos e nas hidrelétricas”. Costa também confirmou todas as denúncias que fez à Justiça como parte de seu acordo de delação premiada. Apesar de não entrar em detalhes, o ex-diretor da estatal disse que implicou "dezenas" de políticos em seus depoimentos.
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