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Estagnação na Europa

O emprego na Espanha cresce pela primeira vez durante a crise

A Previdência Social ganhou 5.232 afiliados e atingiu 16,7 milhões O desemprego registrado baixa para 4,5 milhões

Foto: atlas | Vídeo: Atlas / Carlos Rosillo
Manuel V. Gómez

A duras penas, o mercado de trabalho na Espanha consolida sua melhora. Novembro foi bom, contradizendo a tradição segundo a qual o penúltimo mês do ano é ruim para o emprego. A inscrição na Previdência Social teve aumento de 5.232 contribuintes. É a primeira vez que isso acontece neste mês desde 2007, ou o que dá na mesma, desde que começou a crise. O número médio total atingiu 16,7 milhões. Também teve face positiva o desemprego registrado, com 14.688 desempregados a menos, na marca de 4,5 milhões, segundo os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho espanhol.

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Em agosto o mercado de trabalho tinha freado sua melhora, afetado pelo resfriamento da economia. Mas em novembro voltou a mostrar certo vigor, embora convenha não esquecer que nas saídas das crises o mercado de trabalho tende a ter comportamento errático, o que consequentemente se verifica também nos dados sobre ele.

Entretanto há mais números que indicam o bom comportamento de novembro. Os números dessazonalizados, aqueles livrados das variações típicas da conjuntura sazonal por fórmulas matemática, até melhoram. Sob esse prisma, a inscrição ganhou 95.000 contribuintes, e no desemprego registrado a diferença foi de 51.308 pessoas. Também a comparação anual oferece um sinal de esperança para a Previdência Social; se em outubro a melhora tinha sido refreada, no mês passado retomou o impulso: de 2% para 2,5%.

A melhora no emprego se deu em quase todos os ramos de atividade. Entre os que ocupam mais trabalhadores, houve queda somente em hotelaria, de 82.090. Mas a evolução em educação, administração, comércio, construção e indústria manufatureira, entre outros, compensou esse recuo significativo.

Para a ministra do Trabalho, Fátima Báñez, esses números demonstram que o mercado laboral passa por mudança estrutural. “Não apenas há mais emprego na Espanha, como há mais emprego de qualidade”, disse Báñez.

Mesmo assim, o alívio no emprego continua a mostrar sinais pronunciados de precariedade. Aumenta o peso dos empregos temporários e por hora. Do total de contratos registrados na Previdência Social, os contratos temporários já representam 28,8%, 1,3 ponto decimal a mais que no mesmo mês do ano anterior. E os contratos de tempo parcial -contando temporários e indefinidos- já são 22,5%, três pontos percentuais a mais que há 12 meses.

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