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Fantasma dos cortes de água volta ao Rio de Janeiro

Alguns municípios sofrem problemas de abastecimento há mais de dois meses

O governador Luiz Fernando Pezão.
O governador Luiz Fernando Pezão.Divulgaçã

A falta de chuvas no Rio de Janeiro e o nível alarmante das reservas (menos de 10% em alguns reservatórios do sul fluminense) trouxe de volta o fantasma dos cortes de água à cidade olímpica. Há três semanas, o governador Luiz Fernando Pezão reconheceu a possibilidade de haver restrições em meados de novembro se não chover copiosamente; apesar da inexistência de precipitações fortes e continuadas, Pezão afirmou na quarta-feira que não há previsão de maiores problemas de abastecimento.

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“Em muitos lugares há problemas, sim. Esta é uma das maiores secas da história. Mas precisamos encarar o assunto com tranquilidade. A Cedae [companhia de abastecimento] garante que haverá abastecimento para o estado”, afirmou depois de repetir que respeitará qualquer decisão federal sobre uma hipotética transposição de água do rio Paraíba do Sul (que abastece a região metropolitana de Rio) para o sistema Cantareira, que abastece São Paulo, motivo de numerosas divergências políticas ao longo do ano entre ambas os governos estaduais.

Alguns municípios, como é o caso de Barra do Piraí, sofrem problemas de abastecimento há mais de dois meses. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, o custo da eletricidade no Estado do Rio poderia aumentar consideravelmente se não houver um alívio na prolongada estiagem que afeta ao Brasil há um ano (a pior em 80 anos). Mas segundo fontes do Instituto Nacional de Meteorologia é improvável a ocorrência de chuvas abundantes e suficientes para recompor o panorama hídrico até o outono.

Alguns analistas indicam inclusive que certas usinas hidrelétricas poderiam ser obrigadas a parar se o consumo de água não for reduzido.

Os apagões resultantes e uma maior incidência de doenças gastrointestinais por causa do menor volume (e qualidade) da água disponível seriam dificuldades extras para a população carioca caso não caia água do céu. Conscientes disso, as autoridades sanitárias da prefeitura do Rio estão multiplicando desde o início desta semana os pontos de análise de qualidade da água para tentar prevenir esse cenário.

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