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China ativa seu salva-vidas econômico para ajudar a Argentina

Governo de Cristina Kirchner recebe um crédito equivalente a 815 milhões de dólares para financiar importações e obras ligadas ao país asiático

Francisco Peregil
Cristina Kirchner e Xi Jinping, em julho em Buenos Aires.
Cristina Kirchner e Xi Jinping, em julho em Buenos Aires.EFE

A China foi ao resgate da Argentina esta semana por meio de um empréstimo num valor equivalente a 815 milhões de dólares (2 bilhões de reais). Trata-se da primeira materialização do crédito de troca cambial prometido pelo presidente chinês, Xi Jinping, em visita a Buenos Aires em julho. Nessa viagem, Xi chegou à Casa Rosada acompanhado de 250 empresários, abriu a carteira e assinou a concessão de um crédito em iuanes em troca de pesos equivalente a 11 bilhões de dólares. Mas o dinheiro não chegava. E as reservas do Banco Central da Argentina diminuíam ano a ano, desde que a Argentina implantou em 2011 as restrições para compra e saída de dólares, somando perdas de 20 bilhões de dólares em três anos.

Na terça-feira à noite, Cristina Kirchner participou de uma videoconferência com Xi Jinping e, 48 horas depois, começou a entrar em vigor a primeira parcela do empréstimo: 5 bilhões de iuanes vão dar oxigênio ao Tesouro do Banco Central e poderão ser usados para financiar importações da China e obras de infraestrutura vinculadas ao país asiático.

O Governo da Argentina, assediado pelos fundos especulativos que cobram o pagamento integral de sua dívida em um tribunal de Nova York, tem enormes dificuldades para conseguir financiamento externo. De forma que quando o presidente chinês assinou em julho 20 acordos bilaterais e a concessão do empréstimo, o agradecimento de Cristina não pareceu nada forçado: “Não tenho palavras para agradecer, porque quando fiz o convite a Xi Jinping fiz um pedido por duas obras que considero fundamentais, como as represas hidrelétricas [na Patagônia] e tudo que representa a primeira etapa do [trem] Belgrano Cargas. Também assinamos um convênio entre os dois bancos centrais para uma operação financeira de 11 bilhões de dólares para conseguir estabilidade nas taxas de câmbio, justamente num momento em que sofremos ataques especulativos de setores que fazem as moedas oscilarem e tornam o mundo instável em termos financeiros”.

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