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A ONU usará Gana como base logística na luta contra o ebola

Equipamentos e pessoas serão fornecidos a partir de Accra

José Naranjo

Gana, país da África Ocidental sem nenhum caso de ebola até agora, foi o lugar escolhido pelas Nações Unidas para virar base de equipamento, suprimentos e pessoal necessários para enfrentar a atual epidemia desse vírus, que já provocou a morte de 1.552 pessoas e contagiou mais de 3.000 em cinco países da região: Guiné, Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Senegal, último país a confirmar, na última sexta-feira, seu primeiro e único caso. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falou diretamente com o presidente ganês John Dramani Mahama para solicitar a instalação de uma base logística em Accra, capital do país, que foi aprovada.

Desta cidade, será aberto um corredor para que as pessoas que estão lutando contra a rápida expansão da epidemia possam ter acesso aos materiais e suprimentos. Desta maneira, a intenção é enfrentar um dos grandes problemas logísticos que existem neste momento: o cancelamento das companhias aéreas da maior parte dos voos para os países afetados, o que dificultava os esforços das ONGs e das agências internacionais.

No Senegal, onde na última sexta-feira foi confirmado o primeiro caso de ebola (um jovem estudante guineense de 21 anos, que está internado no hospital de Fann, em Dakar), o Governo já localizou o local onde ele permaneceu por dez dias, no bairro popular de Parcelles Assainiés, e começou a desinfecção do lugar. Além disso, continua a busca de todas as pessoas com as quais o jovem possa ter entrado em contato durante as duas ou três semanas em que esteve no Senegal.

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Nesta sexta-feira, houve incidentes violentos em N'zérékoré, uma cidade da Guiné, por causa da suspeita de alguns comerciantes de que o mercado havia sido desinfectado durante a noite. Dezenas de pessoas armadas com paus e pedras, gritando "O Ebola é falso", destruíram vários veículos particulares e de diversas agências da ONU, assim como vidros de hospitais. Militares e policiais usaram gases lacrimogêneos para impedir que chegassem à sede da Cruz Vermelha, que pretendiam atacar. O Governo, que decretou toque de recolher à noite, calcula pelo menos 27 feridos.

Enquanto isso, a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, decidiu levantar a quarentena imposta semana passada sobre o bairro de West Point (70.000 habitantes), em Monróvia, para tentar frear a propagação do ebola nessa cidade.

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