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De volta à campanha, Dilma defende economia e Aécio celebra segundo turno

Os presidenciáveis retomam a sua rotina de candidatos um dia após o funeral de Eduardo Campos e alheios aos resultados da primeira pesquisa Datafolha sobre as intenções de voto ao Planalto

Aécio em campanha nesta segunda-feira, no Rio.
Aécio em campanha nesta segunda-feira, no Rio.Orlando Brito (Divulgação)

Um dia após o funeral do candidato do PSB, Eduardo Campos, e no mesmo dia da divulgação da primeira pesquisa que incluiu o nome de Marina Silva como presidenciável, os principais adversários do PSB retomaram o ritmo de campanha eleitoral.

A presidenta Dilma Rousseff guardou suas energias do dia para a entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, transmitido ao vivo na noite de segunda-feira. Com perguntas provocativas dos apresentadores, Rousseff precisou defender o legado do seu Governo, no que diz respeito ao descontrole da corrupção, da ineficiência na saúde e da falta de vigor da economia.

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A mandatária precisou responder ao apresentador William Bonner se ela não havia sido “condescendente” com a corrupção uma vez que o PT tinha um grupo de pessoas comprovadamente corruptas, em referência ao julgamento do mensalão que prendeu, entre outros, o ex-presidente do PT, José Genoino, e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil.

Rousseff disse que respeitava as decisões do Supremo Tribunal Federal, e que não se colocava em confronto. “Aceitando ou não, eu respeito as decisões do STF”, disse.

Quando questionada sobre o PIB fraco e a inflação no teto da meta estabelecida pelo Banco Central, a presidenta lembrou o que o seu partido guarda como trunfo da gestão petista. “Enfrentamos a crise não desempregando, e reduzindo tributos sobre a folha de pagamento e a cesta básica”, lembrou a presidenta, quando questionada sobre o PIB fraco e a inflação no teto da meta estabelecido pelo BC.

Já o tucano Aécio Neves retomou com vigor sua agenda eleitoral no Rio de Janeiro, visitando a favela de Santa Marta, a primeira a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Guiado pelo coordenador do Afroreggae, José Junior, o candidato tucano minimizou a pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira, que coloca Marina Silva em empate técnico com a sua candidatura na intenção de voto. Neves insistiu que o atual Governo do PT é seu principal rival.

“Claro que houve uma mudança na campanha eleitoral e já a estamos vendo nas pesquisas. Mas isso não muda em nada nossa determinação e convicção de que temos o melhor projeto para Brasil”, disse o candidato do PSDB.

Aécio Neves, que a todo o momento evitou fazer críticas a Marina Silva e disse que a respeita como candidata e como pessoa, insistiu em que sua proposta continua sendo “de oposição ao Governo que está aí agora”. Nesse sentido, reafirmou que a principal prejudicada pela repentina alta do PSB é a atual presidenta, Dilma Rousseff. “O que ficou claro nas pesquisas é que teremos segundo turno, algo que representava um horizonte cada vez mais provável, mas que hoje é uma certeza”, afirmou.

Neves também não quis estabelecer uma relação causa-efeito entre a morte de Eduardo Campos e o crescimento da intenção de voto no PSB, representado por Marina Silva. “Ela é muito conhecida, já se apresentou em outras eleições e teve méritos”, limitou-se a dizer.

O dia de Neves no Rio transcorreu entre a favela de Santa Marta, um almoço com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e uma reunião com candidatos de seu partido a cargos estaduais nas eleições do Rio de Janeiro, depois da qual evitou fazer declarações aos jornalistas.

A agenda de ambos, assim como a dos demais presidenciáveis, está cheia esta semana, com o início do horário eleitoral gratuito nesta terça-feira, e com o primeiro debate na televisão, que acontece na próxima semana, promovido pela Rede Bandeirantes de Televisão. Ainda não se sabe ao certo se Marina Silva, do PSB, irá ao debate, uma vez que seu nome será confirmado pelo partido como cabeça de chapa apenas na quarta-feira, dia 20.

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