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A Rússia veta alimentos da UE e dos EUA e se aproxima da América Latina

Putin começa a negociar com a América Latina para encontrar outros fornecedores para o país

A Rússia proíbe a entrada de alimentos de primeira necessidade (legenda em espanhol)Foto: reuters_live

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, anunciou nesta quinta-feira que o país deixa imediatamente de importar frutas, verduras, laticínios, carne e pescado da União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega, em resposta às sanções impostas por eles devido à ingerência do Kremlin na Ucrânia. A proibição de importação desses produtos é válida por um ano, a contar desta quinta-feira, como já estava previsto, mas alguns meios de comunicação russos indicaram que ela é passível de revisão. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou na quarta-feira um decreto proibindo a importação de produtos agrícolas e alimentares dos países que recentemente aprovaram sanções contra dirigentes e entidades russos. O Governo russo começa a buscar alternativas no Chile, Brasil, Equador e Argentina para importar alimentos ao país.

Embora prefira não entrar em detalhes, a UE confirma que as exportações agrícolas representam 10% (36,52 bilhões de reais). "A UE lamenta o anúncio da Rússia sobre a adoção de medidas para o setor alimentício e agrícola. Esse anúncio tem motivação claramente política. A Comissão Europeia vai avaliar as medidas em questão assim que dispuser de mais informações sobre seu teor e extensão completos", declarou a Comissão minutos após o anúncio de Moscou. A UE observou também que as medidas "estão diretamente relacionadas à anexação ilegal da Crimeia e à desestabilização da Ucrânia".

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O primeiro-ministro russo também anunciou que companhias aéreas ucranianas estão proibidas de sobrevoar o espaço aéreo russo. Moscou estuda incluir na medida restritiva os voos procedentes dos EUA e da UE. Além disso, Putin pediu que o Governo elaborasse uma lista dos produtos afetados. O Serviço de Vigilância Veterinária e Fitossanitária (VPSS) já adiantou que as proibições serão "substanciais" para a UE e os EUA.

"Estamos analisando o anúncio feito por Moscou", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Frédéric Vincent. Uma fonte da comissão indicou à agência RIA Novosti que é uma decisão "contraproducente e injustificada", mas destacou que a UE não se posicionará oficialmente enquanto não for publicada uma lista completa dos produtos vetados.

O jornal russo Kommersant informou nesta quinta-feira que a Rússia planeja proibir também a importação de produtos agrícolas e alimentares da Ucrânia. Se a notícia se confirmar, os prejuízos econômicos para a Ucrânia podem chegar a 2,95 bilhões de reais diários, já que o país é o maior exportador de produtos agrícolas à Rússia.

Fornecedores latino-americanos

O VPSS também revelou que pretende contatar os representantes diplomáticos de vários países latino-americanos para consultá-los sobre a possibilidade de ampliar as importações de produtos agrícolas e alimentares.

"As reuniões com embaixadores do Brasil, Chile e Equador e com o encarregado de negócios da Argentina na Rússia acontecerão em 7 de agosto e focarão as perspectivas de ampliar as importações alimentares russas desses países", disse o organismo em comunicado.

O VPSS acrescentou que o Kremlin levantou todas as restrições impostas a empresas brasileiras, que já manifestaram seu interesse em ampliar suas exportações de produtos à base de carnes e laticínios à Rússia.

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