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Colômbia se prepara para evitar excessos depois do jogo contra o Brasil

Em Bogotá, haverá lei seca e não será permitida a comemoração com espuma e farinha de trigo nas ruas em caso de vitória

Colombianos comemoram a vitória contra o Uruguai em Bogotá.
Colombianos comemoram a vitória contra o Uruguai em Bogotá.J.V. (REUTERS)

Enquanto o presidente Juan Manuel Santos decretou feriado para que os funcionários públicos – exceto os que trabalham na Saúde e na Segurança – possam aproveitar o jogo das quartas de final da Copa do Mundo entre Brasil e Colômbia, em Bogotá o prefeito Gustavo Petro anunciou lei seca por um período de 12 horas nesta sexta-feira, e proibiu o comércio de espuma e farinha, itens tradicionalmente usados pelos colombianos para celebrar, por exemplo, o carnaval. Quem for flagrado usando esses produtos em lugares públicos poderá ser detido e levado à delegacia.

Em várias cidades do país, como na capital, os prefeitos tomaram esse tipo de medida de segurança para garantir que uma eventual vitória contra o Brasil não provoque as alterações na ordem pública que, em partidas anteriores, causaram brigas de rua entre torcedores, algumas delas terminando em assassinatos, a maior parte por abuso de álcool.

Foi assim na primeira partida dos colombianos na Copa, contra a Grécia, no dia 14 de junho, quando a seleção cafetera ganhou por 3 a 0, e a festa posterior acabou com nove mortos em Bogotá. “A festa pela Copa causou três mil brigas, com 15 feridos e nove mortes. Não é assim”, escreveu na época o prefeito Petro em sua conta no Twitter. Desde então, as restrições ficaram mais fortes na capital, e a lei seca tem acontecido nos dias de jogos, evitando novas tragédias.

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Surpreendentemente, segundo estatísticas da Polícia Nacional, divulgadas pelo jornal El Tiempo, o número de brigas tem mesmo caído. No primeiro jogo, contra a Grécia, foram registradas 4.954 confusões, e depois das medidas como a lei seca, a quantidade caiu para 1.845 na partida contra a Costa do Marfim. Depois, na vitória sobre o Japão, foram 1.762 e, contra o Uruguai, pouco mais de mil quando os colombianos se garantiram nas quartas de final com vitória por 2 a 0.

A decisão de reduzir a lei seca, que nos outros jogos foi de 24 horas, aconteceu depois que a associação dos bares de Bogotá, Asobares, protestou diante da medida e seu presidente, Camilo Ospina, qualificou a proibição de “desproporcional” em entrevista à Radio Caracol. De acordo com a associação, a medida ocasionou prejuízos milionários ao setor em Bogotá, com valor calculado em quase 36 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de reais).

Os jogos contra Costa do Marfim e Japão, também vencidos pela seleção colombiana, não deixaram mortos. No entanto, na partida contra o Uruguai, houve mortes mais uma vez. O prefeito de Bogotá considera que houve oito mortes, um número que não é compartilhado pela polícia, para quem quatro dos homicídios aconteceram por assassinato de outra ordem, outro por discussão familiar, um por acerto de contas e ainda um durante um assalto. As mortes estão sendo investigadas, a fim de que se saiba se houve alguma relação delas com a comemoração futebolística. Para a polícia, é um feito que o número de brigas em Bogotá tenha caído de três mil para 500 entre o primeiro jogo e o mais recente duelo da seleção na Copa do Mundo do Brasil.

Nesta sexta, a capital colombiana terá 1.600 policiais uniformizados de plantão em toda a cidade e haverá uma campanha de desarmamento para evitar ainda mais mortes. Também haverá monitoramento aéreo para ver se os torcedores estão se comportando bem na celebração do que seria sua maior façanha esportiva, sem beber, sem brigas e com as autoridades fazendo marcação cerrada.

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