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Um “erro de comunicação” gera ruídos sobre a segurança na Copa

Um sniper chegou a pedir permissão para atirar em suspeito que estava, sem autorização, no mesmo recinto que Dilma Rousseff na abertura do Mundial

Marina Rossi
A presidenta Rousseff, de verde, na abertura da Copa.
A presidenta Rousseff, de verde, na abertura da Copa.Sebastiao Moreira (EFE)

Enquanto a segurança foi reforçada nas ruas com a presença do Exército para proteger os turistas, dentro do estádio do Itaquerão, durante o jogo de abertura, no dia 12, um grupo especial tinha a missão de proteger as autoridades presentes, incluindo a presidenta Dilma. O zelo com essa missão teria feito um atirador de elite pedir permissão para alvejar um homem armado que estava próximo à presidenta.

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Segundo matéria publicada pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, um atirador do Grupo Especial de Resgate da Polícia Civil avistou um homem armado que estava próximo a Rousseff, e a autoridades da FIFA. O sniper então teria pedido autorização para atirar no sujeito. Seus superiores pediram para que ele esperasse um pouco. Até que descobriram que o homem armado era, na verdade, um membro do Grupo de Ações Táticas da Polícia Militar.

Procurada pelo EL PAÍS, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo enviou uma nota admitindo que houve um “erro de comunicação que foi rapidamente sanado, sem maiores consequências” e que “em nenhum momento foi colocada em risco a segurança das autoridades e ou torcedores”.

Ainda segundo a Secretaria, em casos como esses, o protocolo, nestes casos, três etapas: Primeiro, a autorização para o atirador carregar a arma, que por razões de segurança está sem munição; segundo, a autorização para que o sniper coloque o alvo na alça de mira; e, em terceiro lugar, a autorização para atirar. E “nenhuma destas três etapas foi deflagrada porque o erro de comunicação foi rapidamente corrigido. Afirmar que quase houve morte nesta situação é causar alarmismo”.

O episódio, entretanto, acabou obrigando as autoridades a darem explicações. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo disse nesta sexta-feira, em Brasília, que o episódio foi “normal” e “corriqueiro”. “Durante uma operação de segurança, há muitas situações que acontecem. Eu acompanhei desde o período da manhã todas as operações. E isso foi tão dentro do protocolo que nem chegou a nós”.

Já o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, resumiu o ocorrido da seguinte maneira: “Um atirador de elite da Polícia Civil flagrou numa área proibida a presença de alguém portando uma arma e um colete de um grupo de elite da Polícia Militar. Como era uma área que dava acesso à presidenta Dilma e outras autoridades, incluindo chefes de estado, o atirador pediu autorização para alvejar o suspeito. Essa autorização foi submetida a quem tem a atribuição de conceder e foi negada. Verificou-se que era um policial militar e ele foi retirado”.

A única dúvida que permanece é por qual razão um policial militar armado estava próximo da presidenta. Erro de procedimento na estreia em grandes eventos, ou muito barulho por nada?

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