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A toda-poderosa Holanda

Os ‘oranje’ derrotam com segurança um Chile inofensivo e terminam a fase em primeiro lugar A produtividade dos jogadores de Van Gaal eleva a média de gols ao nível do México em 70

Ramon Besa
Depay comemora seu gol com Robben e Blind.
Depay comemora seu gol com Robben e Blind.IVAN ALVARADO

As estatísticas apontam que a média de gols do Mundial do Brasil é a mais alta desde a famosa Copa de 1970. Com metade das partidas já disputada, a média era de 2,94 tentos por jogo, cifra que teve a contribuição dos cinco gols da Holanda sobre a campeã Espanha. Embora essa média certamente tenda a cair nas próximas rodadas, não será certamente por culpa da Holanda, que derrotou um inofensivo Chile em São Paulo, com gols de dois reservas: Fer e Memphis Depay, anotando de novo.

A equipe de Sampaoli nada fez para ganhar e ser a primeira colocada do Grupo B. Não soube atacar a Holanda, uma seleção muito mais versátil, bem colocada, cheia de recursos e com interessantes novos jogadores, como os próprios Fer e Depay. Van Gaal sabe mexer bem com o time e com o banco, lida facilmente com os esquemas táticos e ainda lhe sobra tempo para polemizar com a FIFA por causa das arbitragens e de um calendário que, segundo ele, beneficia o Brasil.

Vestida de oranje e adotando o clássico 4-3-3, a Holanda saiu para o gramado mais tranquila que o Chile, agitado apenas pelos movimentos de Alexis e impulsionado de trás por Medel. Os rapazes de Sampaoli gostam de pressionar, e os de Van Gaal preferem correr, jogue quem jogar, inclusive quando o treinador refresca a escalação com jogadores como Kuit, Lens e Wijnaldum e fique privado do artilheiro Van Persie, suspenso. A Holanda jogou, portanto, sem um 9 clássico e com dois zagueiros, em vez dos três escalados contra Espanha e no início do confronto com a Austrália, quando se se apresentou com o tão alardeado 5-3-2.

A Holanda se defendeu recuada, mas com força, em busca de abrir espaços, de aproveitar um rebote ou de encontrar uma tabela com Robben, ponto final da equipe, pouco preciso contra o Chile. Tampouco o Chile tinha profundidade. Ausente o onipresente Vidal, de muito pouco lhe servia ter a posse de bola, de modo que até as substituições a partida não teve vida, carente de futebol, de chances. Não havia outro interesse senão contemplar as conduções atléticas de Robben.

Às vezes, não havia outro interesse senão contemplar as conduções atléticas de Robben

Houve uma, de um lado ao outro do campo, em que o atacante do Bayern driblou até cinco adversários para acabar com um arremate cruzado à esquerda de Bravo. Ninguém conseguia deter Robben, nem sequer Medel, último de uma zaga com cinco homens. O Chile sofre para assumir a iniciativa, ser protagonista com a bola, e ainda mais contra a perigosa Holanda, vulnerável só na estratégia, como se constatou em um par de arremates de Gutiérrez.

A partida ficou agitada somente com a bola parada e depois de várias mudanças, que foram melhores para a Holanda. Fer marcou em uma estupenda cabeçada no rebote de um escanteio, o Chile se abriu em busca do empate com Valdívia e tomou o segundo gol, obra de Depay.

Para o Chile, estéril no ataque e vulnerável na defesa quando se abriu em um 4-3-3, ficou apenas o consolo de pedir um pênalti de Blind depois de erro de De Jong. Os oranje mandam na sala de imprensa e no campo, depois de conquistar nove pontos, e se fazem notar em uma rua tomada sobretudo por brasileiros e argentinos.

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