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Diego Costa rejeita a oferta de renovação do Atlético

O Chelsea arcará com os 38 milhões de euros (118 milhões de reais) da cláusula contratual do atacante Filipe Luis também quer ir para o clube inglês A equipe vermelha e branca quer transformar Koke no jogador mais bem pago na sua complicada luta para manter a parte principal do time campeão

Ladislao J. Moñino
Costa brinca com Alonso no treino nos EUA.
Costa brinca com Alonso no treino nos EUA.ALEJANDRO RUESGA

Há quem diga no Atlético que o próximo campeonato, o do mercado de compra e venda de jogadores, será tão duro como o de futebol na tentativa de manter a formação da equipe que acaba de ter a melhor temporada da história. O acionista majoritário do clube, Miguel Ángel Gil Marín, anunciou na semana passada por meio de um comunicado que o clube não está vendendo e se referiu às cláusulas de rescisão dos seus jogadores, mas a realidade econômica enfrentada pelo clube diante dos gigantes econômicos do futebol dificulta a sua tentativa de manter a integridade de um time muito valorizado.

Limitado pela necessidade de liquidar a dívida com a Fazenda e a política de controle econômico estabelecido pela Liga de Futebol Profissional, o campeão espanhol já anunciou a saída de três jogadores que terminaram o seu contrato (Diego Ribas, Villa e Tiago) e também já considera perdidos Diego Costa e Filipe Luis. O caso de Courtois é muito complicado, embora o próprio goleiro tenha deixado para resolver o seu futuro após a Copa do Mundo, sabendo que José Mourinho manifestou o seu desejo de que termine o seu contrato de três anos e volte ao Chelsea. A chegada de Moyá já foi oficializada e na Argentina está praticamente certa a de Rulli, goleiro do Estudiantes de La Plata.

Neste cenário de necessidades próprias e interesses alheios, o Atlético se vê obrigado a encontrar um substituto para Diego Costa. De acordo com fontes do clube, Jorge Mendes, agente do jogador hispano-brasileiro, já anunciou que Costa não aceita a oferta de renovação e melhoria contratual que havia sido proposta. O Chelsea pagará os 38 milhões de euros (118 milhões de reais) que estão na cláusula contratual, um montante elevado no segundo semestre de 2013. Até então, Costa havia renovado o seu contrato até 2018 e o preço da sua liberdade passou de 24 milhões de euros (74,5 milhões de reais) para 38 milhões de euros (118 milhões de reais). Naquele acordo, ele teve o seu salário melhorado diante do interesse de vários clubes, apesar de que em outubro já se sabia no círculo de Mendes que se tratava apenas de prolongar em mais um ano a permanência do jogador.

Os nomes de Soldado (Tottenham), Lukaku (Chelsea) e Jackson Martínez (Porto) estão na mesa como trocas

Contratado em 2007, vindo do time português Sporting de Braga, Costa foi um dos primeiros jogadores que se juntaram ao Atlético com parte dos seus direitos de transferência pertencendo a um fundo de investimentos. A sua venda será realizada no que é considerado o ponto máximo de revalorização do jogador. O próprio Braga, conforme reconheceu o seu presidente ao jornal As em abril, ainda detém uma porcentagem da transferência de cerca de 20%. Fontes próximas à transação garantem que, diante da renda da venda a ser compartilhada, seria mais conveniente à direção do Atlético conceder um novo aumento a Costa do que desembolsar um montante significativo para contratar um atacante no mercado europeu. Os nomes de Soldado (Tottenham), Lukaku (Chelsea) e Jackson Martínez (Porto) estão sobre a mesa como possíveis substitutos. A chegada da jovem promessa argentina Correa, do San Lorenzo de Almagro, parece mais um investimento para o futuro – se considera a sua transferência – do que um jogador que possa disputar uma posição no time desde já.

No caso de Filipe Luis, a sua demora em responder outra proposta de renovação e um aumento salarial que dobra o salário atual também é vista no clube como uma negativa para continuar, seguindo os mesmos passos de Costa ao pagar 24 milhões de euros (74,5 milhões de reais) pela sua liberdade. O acordo com a Granada por Siqueira, estimado em cerca de 10 milhões de euros (31 milhões de reais), abre a porta para a sua saída, provavelmente para o Chelsea, de José Mourinho. Siqueira também é um lateral ofensivo, mas terá a responsabilidade de substituir ao que muitos treinadores consideram um dos melhores jogadores do mundo na sua posição. O preço de Siqueira está dentro dos parâmetros financeiros máximos do Atlético nas duas últimas temporadas, nas quais desembolsou 10 milhões de euros (31 milhões de reais) por Guilavogui e sete milhões de euros (21,7 milhões de reais) por Alderweireld e Baptistao. Desde a temporada 2011-2012, em que gastou cerca de 50 milhões de euros (155,2 milhões de reais) por Falcao e 13 milhões de euros (40,4 milhões de reais) por Arda Turan, o time não voltou a fazer nenhuma operação semelhante.

Alcançou-se um acordo de 10 milhões com o Granada para o empréstimo de Siqueira

Destas cinco saídas, apenas a de Diego Ribas não está ligada diretamente ao time principal que Simeone venceu o campeonato espanhol pela primeira vez em 18 anos. A partida do meia brasileiro, de Tiago e de Villa fazem parte de uma redução significativa de salários, pois são três dos jogadores mais caros do clube. Com a equipe que sobrou e o alívio proporcionado pelos cerca de 40 milhões de euros (124,2 milhões de reais) em receitas da Liga dos Campeões, o Atlético agora tenta segurar o resto dos seus jogadores mais importantes. Neste sentido, Koke se tornou uma prioridade.

O clube diz que não ter recebido ofertas, mas há especulações no mercado de que há interesse do Barça, do Bayern e do Manchester United. Os três clubes consideram pagar os 60 milhões de euros (186,3 milhões de reais) da cláusula contratual de rescisão e melhorar exponencialmente o pouco mais de um milhão de euros (3,1 milhões de reais) que ele recebe. O jogador manifestou a sua intenção de continuar e o Atlético está disposto a transformá-lo em um dos jogadores mais bem pagos, apesar de ter apenas 20 anos. A direção o considera no momento o seu jogador de franquia por tudo o que ele representa, por ser da casa e porque é um jogador que, embora em pleno desenvolvimento, foi fundamental nos sucessos alcançados. Mas o clube não descarta uma negociação complicada se o assédio destes três grandes clubes se concretizar em uma oferta ao jogador com a qual nem pode, nem está disposto a disputar, se for considerada inalcançável.

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