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O monarca perderá a inviolabilidade e suas filhas sairão da família real

As infantas Cristina e Elena não terão atos ou agenda oficial. Elena já tinha sido afastada após a imputação de seu marido

N. J.
A infanta Cristina e o Rey em um concerto do Orfeón Donostiarra em 2010.
A infanta Cristina e o Rey em um concerto do Orfeón Donostiarra em 2010.Sergio Barrenechea

Dom Juan Carlos perderá a inviolabilidade de que agora desfruta como Rei da Espanha no mesmo dia em que assinar sua abdicação. E assim que dom Felipe for proclamado monarca dos espanhóis, as infantas Elena e Cristina deixarão de pertencer à família Real, que ficará reduzida a seis membros: os novos Reis – dom Felipe e dona Letizia –, dona Leonor – que será Princesa de Astúrias –, dona Sofía e, já convertidos em reis sem trono, dom Juan Carlos e dona Sofía, segundo informaram fontes da Casa do Rei.

As Infantas Elena e Cristina sairão da família real assim que o Príncipe for proclamado rei. Passarão a ter o mesmo status que as irmãs de dom Juan Carlos, isto é, o de família do Rei, e não terão atos ou agenda oficial. A filha menor dos Reis, em realidade, foi afastada da atividade pública da instituição desde a imputação de seu marido, Iñaki Urdangarin, no caso Noos, em dezembro de 2011.

O Rei terá que assinar a lei de abdicação em uma cerimônia solene no Palacio Real no mesmo dia em que ela for aprovada pelo Congresso. E, uma vez firmada, ele perderá a inviolabilidade jurídica como Monarca, e, ao contrário do que ocorre atualmente, poderão ser aceitas eventuais acusações contra ele. É possível que os partidos políticos (PP e PSOE têm 80% do Congresso) aprovem, futuramente, que dom Juan Carlos seja aforado – isto é, que receba um tratamento especial através do qual poderá ser julgado por um tribunal diferente ao que corresponderia a um cidadão normal.

Dom Juan Carlos e dom Felipe coincidiram hoje pela primeira vez em público desde o anúncio da abdicação, nesta segunda-feira. Foi em um ato militar no mosteiro de San Lorenzo de El Escorial pela celebração dos 200 anos da Ordem de San Hermenegildo, que condecora os oficiais que "com a renúncia de suas próprias conveniências e liberdades, dedicaram o ápice de suas vidas ao serviço dos Exércitos e das Forças Armadas". Dom Felipe tem estado sempre atento ao pai. Ambos compareceram ao ato com o uniforme do Exército, e o Rei, ainda como chefe das Forças Armadas.

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A proclamação de Felipe VI será celebrada a partir de 16 de junho

Na cerimônia, que incluiu uma intervenção da Patrulla Águila para desenhar no céu a bandeira espanhola, esteve presente o presidente da comunidade de Madri, Ignacio González, o Chefe do Exército, Jaime Domínguez Buj, e o Chefe das Aeronáutica, Francisco Javier García Arnáiz. Também um pequeno grupo de monárquicos que aplaudiram o rei que chega e o que sai. "Estou contentíssima. O Rei fez muito bem. Acho que a abdicação era irremediável. E, se já tivemos um Felipe, o formoso, agora vamos ter um Felipe, o estupendo", assegurava uma das participantes do evento.

Nesta quarta-feira, dom Felipe pronunciará seu primeiro discurso desde que o Rei anunciou sua renúncia ao trono. Será em Navarra, junto à futura Rainha, para entregar o prêmio Príncipe de Viana e homenagear os Reis de Navarra.

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