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Os tornados causam mais de 30 mortes no sul dos Estados Unidos

A força do vento açoita especialmente o Arkansas e o Mississippi, e segue agora para o leste

Teresa Ingram entre os escombros em Athens, Alabama.
Teresa Ingram entre os escombros em Athens, Alabama.Butch Dill (AP)

Há uma semana falava-se que este ano estava sendo o início mais tranquilo da temporada de tornados desde 1915 porque a violência das espirais de vento ainda não tinham culminado com nenhuma vítima mortal. Mas desde o domingo passado que este balanço positivo desapareceu por completo e tudo está ficando escurecido. Nos últimos três dias, dúzias de tornados açoitaram seis estados do sul dos Estados Unidos, arrasando tudo o que aparecesse na sua frente e causando ao menos 31 mortes e centenas de feridos, segundo o último registro das autoridades. Trata-se de um número elevado se for levado em conta que, em média, os tornados deixam 60 vítimas mortais por ano nos EUA, embora também existam anos especialmente devastadores, como em 2011, quando foram registradas 553 mortes, mais de uma quarta parte em um só tornado no estado de Missouri.

Os estados mais afetados pela série de tornados dos últimos dias foram o Arkansas e o Mississippi, onde 24 pessoas morreram e mais 200 ficaram feridas. Também se contabilizaram vítimas mortais em Oklahoma, Iowa, Alabama e Tennessee. Durante esta terça-feira, o risco meteorológico se deslocou do centro para o sudeste dos EUA. Intensas tempestades caíram em áreas do Alabama, Georgia e Flórida, que ficaram sem eletricidade; e, segundo as autoridades, é possível que uma nova série de tornados açoite a zona fronteiriça entre os estados do Alabama e Georgia.

As tristes imagens habituais que este tipo de acontecimento registra se repetiram. Os tornados mortais dos últimos dias não só deixaram no seu rastro palcos de absoluta devastação como também a desgraça caiu sobre algumas populações em especial. Raramente uma mesma localidade é atingida com igual ferocidade por um tornado, mas este foi o caso de Vilonia, no Arkansas, que há três anos sofreu um tornado que arrasou boa parte da região com menos de 4.000 habitantes.

Em outras zonas, a brutal força do vento destruiu em poucos segundos postos de gasolina, converteu literalmente em pedaços centenas de casas, arrancou torres de eletricidade e árvores como se fossem de plástico, e deslocou pelos ares caminhões de mercadoria e veículos, convertidos agora em infinitas massas de sucata. Também se repetem os depoimentos de cidadãos que contam as proezas que fizeram para que saíssem imunes dos tornados, os que estão desolados pela morte de seus entes queridos ou os que, embora tenham perdido quase tudo, comemoram por encontrar entre os restos de suas casas alguns valiosos e simbólicos pertences.

Em algumas áreas, os tornados ocorreram com inundações, o que está dificultando ainda mais o trabalhado dos bombeiros no resgate de pessoas soterradas pelos escombros e as que não têm possibilidade de sair de suas casas. E depois da passagem dos tornados, o grande drama e o maior desafio é o da reconstrução. Em sua visita à Ásia, o presidente dos EUA, Barack Obama, falou na segunda-feira por telefone com o governador do Arkansas, Mike Beebe, para conhecer com detalhe os fatos, manifestar suas condolências e garantir o apoio do Governo federal na reconstrução.

E enquanto estados como o Arkansas fazem um balanço da devastação, outros se preparam para o pior. "Estamos preparados agora, e estaremos pronto para a recuperação se, Deus nos livre, sofrermos um tornado ou uma inundação", disse o governador da Georgia, Nathan Deal, que na segunda-feira pela noite declarou o estado de emergência no Estado.

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