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Austrália investiga um possível resto do MH370 recolhido em uma praia

O submarino autônomo Artemis completa o décimo dia de busca no fundo do mar sem achar nenhuma pista

Um homem em frente a um painel com mensagens de apoio às vítimas do MH370.
Um homem em frente a um painel com mensagens de apoio às vítimas do MH370.W. Z. (AFP)

Enquanto a busca pelo avião da Malasya Airlines desaparecido no último 8 de março com 239 pessoas a bordo chega ao décimo dia de missão submarina, um objeto localizado em uma praia no sul da Austrália cria novas expectativas para se encontrar algum vestígio do MH370. A polícia australiana informou nesta quarta-feira da localização de um material achado em uma praia a 10 quilômetros de Augusta (a 320 quilômetros ao sul de Perth), segundo a agência estatal australiana JACC que coordena a busca.

O objeto parece ser metálico e com rebites, explicou Martin Dolan, comissionado chefe da Oficina de Segurança no Transporte Australiana (ATSB, nas siglas em inglês). Por enquanto, as autoridades só dispõem das fotografias do material recuperado (que se encontrava ainda sob custódia policial na delegacia de Busselton), mas já as enviaram à equipe de investigação da Malásia. A ATSB decidirá se são necessárias mais análises desse material para determinar se ele tem conexão com o MH370.

Dolan explicou à CNN que parece “suficientemente interessante” averiguar as imagens, mas diminuiu as expectativas sobre a possibilidade de que se trate do primeiro resto físico do Boeing 777. “Quanto mais as olhamos menos nos entusiasmam” as fotografias, disse. Em reiteradas ocasiões no último mês e meio objetos encontrados no mar ou restos de óleo trouxeram esperanças que depois resultaram vãs.

Nesta quarta-feira, a busca visual com meios aéreos voltou a ser suspensa pelo segundo dia consecutivo devido ao mau tempo. Seguem na área de busca os 12 barcos que participam da operação, entre eles o Ocean Shield, de onde se dirige o submarino autônomo Bluefin-21 (operado pela empresa Phoenix International dentro de um contrato plurianual que tem com a Marina dos Estados Unidos) para buscar com sonares restos do avião a cerca de 4.500 metros de profundidade. O submarino Artemis já vasculhou 80% da área designada para a busca, com um raio de 10 quilômetros desde onde se detectou um possível sinal emitido pelas caixas pretas em 8 de abril.

Apesar de todos estes esforços, por enquanto infrutíferos, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, promete que a busca ao MH370 continuará até que se resolva o "mistério”. Abbott reconheceu que a estratégia poderia mudar se o trabalho de vasculhar o fundo do mar que está sendo feito pelo Artemis não localizar restos do B-777.

"Pode ser que tenhamos que repensar a busca mas não descansaremos até que se faça tudo que for possível para resolver esse mistério", assegurou Abbott. "A única forma de chegar ao fundo deste assunto é seguir buscando a provável zona de impacto até que encontremos algo ou até que se use tudo, exaustivamente, o que o talento humano nos permite nestes momentos", acrescentou.

As autoridades malasianas também afirma que continuarão a busca “sempre”, segundo o ministro interino de Transportes, Hishammuddin Hussein. Ele confirmou que os meios disponíveis para a busca nas profundidades marítimas estão aumentando, disse em uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur. E acrescentou que o Governo está buscando a ajuda da petroleira estatal Petronas, por sua experiência em exploração submarina. O ministro acrescentou que o Executivo aprovou formalmente a formação de uma equipe independente e internacional de investigação.

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