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O Banco Central Europeu diz estar pronto para os riscos da deflação

O conselho é "unânime sobre as medidas não convencionais" se os preços continuam baixos Admite que cresce a preocupação no seio da cúpula depois do dado de março do IPC

As taxas de juros da zona euro continuarão no mínimo histórico de 0,25%, mas não baixam daí. É o anúncio que acabou de fazer o Banco Central Europeu (BCE) depois da reunião que manteve em Frankfurt o conselho de governo. Sobre a possibilidade de tomar eventuais medidas com vistas a abordar o risco de deflação na Europa, seu presidente, Mario Draghi, assegurou que o máximo órgão de direção do BCE está unido para tomar as decisões que sejam necessárias. "A executiva é unânime em sua determinação de usar também medidas não convencionais que estejam dentro de seu mandato para enfrentar um período com os preços baixos demais", declarou.

Sobre o fator chave que deve atuar o BCE, a deflação, Draghi revelou que não há mais riscos que os observados nos meses anteriores. E isso que a inflação caiu em março a um mínimo dos últimos cinco anos com 0,5% frente a 0,8% de fevereiro. Mas por motivos sazonais, argumentou antes de assegurar que voltará a subir em abril pela Páscoa e seu impacto ao aumento no custo de alguns serviços. Por este motivo e ainda que a queda do último mês surpreendeu o instituto emissor, Draghi assegurou que os riscos contra as suas perspectivas "são limitados no médio prazo". Os fatores de volatilidade contra a previsão de que a inflação irá se aproximar a 2% daqui até o final de 2016, reconheceu, virão da energia.

"Precisamos de mais informação para tomar uma decisão", insistiu o presidente do BCE antes de descrever o debate gerado no conselho de governo da instituição sobre medidas não convencionais de "rico e intenso". A novidade é que em março não houve discussão a respeito. Segundo explicou Draghi, a mudança veio provocada pela crescente preocupação por que uma baixa inflação acabe afetando a economia.

Entre as possíveis medidas que ajudariam a abordar o risco de deflação, o executivo do BCE falou sobre a possibilidade de se igualar a seus homólogos dos Estados Unidos e do Japão e lançar-se a comprar bônus públicos ou dívida privada.

Quanto à possibilidade de impor uma taxa negativa nos depósitos, Draghi reconheceu que também houve um amplo debate sobre esta outra opção. “Falamos de impor um tipo negativo aos depósitos, mas não pelo efeito que possa ter esta medida sobre a cotação do euro, se não por manter a estabilidade de preços” e o mandato do BCE de que a inflação se aproxime ao 2%, argumentou.

De fato, a decisão de tocar ou não tocar os tipos não era a mais importante. Uma liquidação com respeito ao mínimo histórico atual de 0,25% seria pouco menos que maquiagem: deixar a taxa em 0,10% ou em 0,15% teria efeitos muito limitados na economia europeia.

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