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Resultado da Nike decepciona, apesar do frenesi com a Copa no Brasil

A força do dólar e as vendas na China e Japão afetam o balanço da marca de roupas esportivas

Loja da Nike em Santa Monica (Califórnia).
Loja da Nike em Santa Monica (Califórnia).LUCY NICHOLSON (REUTERS)

As encomendas globais para a Nike cresceram graças à expectativa com a Copa do Mundo do Brasil, como era esperado. Mas a marca de roupas esportivas tem um ponto fraco na Ásia, e outro problema com a valorização do dólar, o que fez com que suas ações tivessem queda de quase 4% nesta sexta-feira, após a apresentação do seu balanço trimestral. Com essa queda, se tornou a segunda maior contratação numa Wall Street em alta.

É preciso recuar quase dois anos para que se veja uma reação tão negativa entre os investidores. A Nike obtém mais de metade do seu faturamento fora dos EUA. Don Blair, seu diretor financeiro, afirmou que o valor da moeda norte-americana representou um entrave significativo para os dividendos da marca no exercício passado, e anteviu que isso poderá inclusive se agravar em 2014.

Na quinta-feira, na hora do fechamento dos mercados, a Nike apresentou os resultados do seu terceiro trimestre fiscal, que no caso da empresa abrange os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Apesar do impacto do dólar, o faturamento cresceu 13%, chegando a 6,97 bilhões de dólares (16,19 bilhões de reais). Para o conjunto do exercício, o faturamento subiu para 20,37 bilhões de dólares (47,23 bilhões de reais), o que representou um aumento de 9% em relação aos primeiros nove meses de 2013.

O problema está nos detalhes. A taxa de câmbio afetou o negócio no Japão, onde as vendas (em dólar) caíram 9%. Sem o efeito da moeda, o faturamento teria subido 10%. Nos países emergentes ocorre um efeito similar. As vendas subiram apenas 8%, mas a companhia calcula que teriam crescido 19% se fosse descontado o impacto da valorização do dólar.

Dúvidas na China

A taxa de câmbio não foi a única advertência feita aos investidores. As coisas na China não estão claras. Os pedidos para nos próximos meses caíram 3%, e por isso a empresa antevê que, com sorte, as vendas ficarão estagnadas em um país que prometia ser o grande motor de seu crescimento. É um claro contraste em relação ao aumento de 24% no conjunto dos emergentes.

A proximidade da Copa é o principal fator que explica por que as lojas dos países em desenvolvimento estão pedindo artigos com tanto entusiasmo. No caso da Europa, o aumento dos pedidos é de 30%. No mercado norte-americano, foi de 9%. Mas a Nike antevê, paralelamente, que irá elevar em mais de um terço os custos para campanha.

A Nike fechou o trimestre com um lucro de 685 milhões de dólares (1,59 bilhão de reais), o que representa uma queda de 21%. No período de nove meses, o lucro cresceu 10%, atingindo 2 bilhões (4,65 bilhões). Mark Parker, executivo-chefe da Nike, qualificou o trimestre como “sólido”, mas admitiu que a companhia precisa enfrentar “desafios” derivados da incerteza econômica nos países emergentes.

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