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Premiê ucraniano denuncia que o conflito com a Rússia passou para fase militar

Um soldado ucraniano morreu e outro foi ferido em um tiroteio em uma base de Simferópol, segundo um porta-voz militar

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, declarou que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia na Crimeia "passou de uma fase política a uma fase militar". Segundo o dirigente político nesta terça-feira "as tropas russas começaram disparar em nossos soldados. Trata-se de um crime de guerra", insistiu.

As palavras de Yatseniuk referem-se ao tiroteio ocorrido em uma base militar nas periferias da capital de Crimeia Simferopol, no que, segundo o porta-voz do Exército Vladislav Seleznyov, um militar ucraniano morreu e outro "foi ferido no pescoço". O porta-voz explicou que a base foi assaltada por "forças desconhecidas, completamente equipadas e com as caras cobertas". Trata-se do primeiro ataque deste tipo que implique um derramamento de sangue desde quando no final de fevereiro força militares sem identificar se fizeram com o controle da península.

A agência Interfax informava previamente que outros soldados ucranianos denunciava que estavam sendo atacados por forças russas, e que um militar havia sido ferido. "Agora estamos em trincheiras  na segunda planta [da base]. O quartel geral foi tomado e o comandante foi capturado. Querem que entreguemos nossas armas, mas não pretendemos nos render", relatou um porta-voz. A Reuters informa que outro militar declarou à rede Canal 5 que as forças de Moscou "começaram uma invasão. Há umas 20 pessoas aqui e umas dez ou mais quinze, incluídas mulheres. Um de nossos oficiais feridos durante o ataque, atingido no pescoço e no braço".

Depois do ataque, o Ministério de Defesa ucraniano autorizou o uso de suas armas aos militares  instalados na região. "De acordo com uma decisão do comandante em chefe supremo das Forças Armadas da Ucrânia e do ministro interno de Defesa, e em base à ordem do chefe do Estado Maior [...], autoriza-se o uso de armas aos destacamentos das forças armada da Ucrânia baseados na Crimeia", assinala o comunicado.

O chefe da Marinha ucraniana, Sergiy Gayduk, declarou além disso que um oficial foi ferido em uma perna "durante um ataque contra uma base de Simferópol", mas não especificou onde e quando aconteceu nem quem atirou, informou a France Press. Um repórter da mesma agência, no entanto, ouviu um disparo em um edifício militar em uma periferia ao nordeste de Simferópol e viu duas ambulâncias chegando na mesma área.

A área que rodeia a base militar se encontra sob controle de forças pró-Rússia. "Ataques armados para contra estruturas militares ucranianas se multiplicaram nestes últimos dias", declarou Gayduk durante uma reunião governamental.

Apesar das palavras do militar ucraniano, algumas testemunhas afirmaram que não há provas diretas de que os militares russos presentes na península estejam envolvidos no incidente. As testemunhas explicaram que não era possível ver o que estava acontecendo na base, já que as ruas que a rodeiam estão bloqueadas pelas unidades de voluntários pró-Rússia das Autodefesas, que patrulhou a região durante o referendo do domingo passado.

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