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O dia a dia das buscas pelo Boeing 777

Cronologia desde o anúncio da Malaysia Airlines sobre o desaparecimento do avião até a confirmação da queda nesta segunda-feira pelas autoridades malaias

Um funcionário da Malaysia Airlines escreve uma mensagem no aeroporto de Kuala Lumpur.
Um funcionário da Malaysia Airlines escreve uma mensagem no aeroporto de Kuala Lumpur.M. V. (AFP)

Sábado 08 de março

- A Malaysia Airlines informa às 7h30 em um comunicado que o Boeing 777-200 perdeu contato com o controle aéreo por volta das 2h40 do sábado (locais). Um dia depois corrigiria a hora do desaparecimento: 1h30 de sábado. Havia decolado de Kuala Lumpur a Pequim à 0h41.

- O Vietnã informa que o avião desapareceu perto de seu espaço aéreo. Começa uma operação de busca no mar da China.

- Aviões vietnamitas detectam duas grandes manchas de óleo perto da última posição conhecida do avião.

- Também é divulgado que dois passageiros viajavam com passaportes roubados da União Europeia, o que alimentou as especulações de um ataque terrorista.

Domingo 09 de março

- A Malásia informa que investiga a possibilidade de que seja um atentado terrorista. Os EUA enviam agentes do FBI para ajudar na investigação.

- As autoridades malaias falam pela primeira vez que o avião pode ter mudado radicalmente de rumo. O chefe da Força Aérea assegura que pode ter virado para Kuala Lumpur, sem razão aparente.

Oficiais da Força Aérea da Malásia durante as operações de busca do B777.
Oficiais da Força Aérea da Malásia durante as operações de busca do B777.M. R. (AFP)

Segunda 10 de março

- As autoridades duplicam o raio das buscas para 100 milhas náuticas (equivalentes a 185 quilômetros) ao redor do ponto onde o B777 desapareceu do radar.

- A China arremete contra a Malásia, dizendo que esta precisa acelerar a investigação.

- Análise química da Malásia elimina qualquer vínculo entre as manchas de óleo encontradas no sábado com o avião desaparecido.

Terça 11 de março

- A área de busca se amplia para a costa oeste malaia e para uma área no norte da ilha indonésia de Sumatra, regiões muito distantes da rota do voo.

- As autoridades identificam os dois homens com passaportes roubados como jovens iranianos que, presume-se, sejam imigrantes ilegais e não terroristas.

Quarta 12 de março

- A Malásia volta a ampliar a área de buscas e inclui o estreito de Malaca, na costa oeste do país, e o Mar de Andaman, no norte de Indonésia.

Zonas de busca do avião desaparecido.
Zonas de busca do avião desaparecido.EL PAÍS

- O chefe da Força Aérea da Malásia assegura que um objeto não identificado foi detectado no radar militar no norte do estreito de Malaca, na madrugada de sábado, menos de uma hora após o avião perder contato.

- As autoridades malaias negam em entrevista coletiva que a busca seja caótica após a China se queixar da falta de organização.

- Sabe-se que a Boeing alertou há nove meses para um problema de corrosão e fraturas na fuselagem do modelo B777, no dispositivo da antena da comunicação por satélite (SATCOM), e recomendou aos donos e operadores que o submetesse a uma revisão. O aparelho da Malaysia Airlines não se via afetado por essa possível falha, já que, segundo a Boeing, carece dessa antena.

Quinta 13 de março

- A Malásia qualifica como “errônea” uma informação publicada pelo Wall Street Journal, na qual assegura que investigadores norte-americanos suspeitam que o avião voou durante quatro horas após seu último contato conhecido, com base em dados enviados a partir de seus motores à fabricante Rolls Royce. O diário enfatiza horas depois que os sinais foram detectados por satélites.

- As autoridades de Kuala Lumpur também asseguram que imagens de satélite de China são outra pista falsa.

- A Índia se soma às buscas e envia três navios e quatro aeronaves às ilhas Andaman e Nicobar.

Sexta 14 de março

- A busca se estende até o oceano Índico, após fontes norte-americanas, com base em sinais detectados por satélites, apontarem a possibilidade de que o avião tenha continuado a voar após seu último contato. Outras fontes indicam que radares militares detectaram um aparelho seguindo rotas aéreas convencionais para o mar de Andaman.

Sábado 15 de março

- O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, anuncia que o B777 foi desviado de sua rota de forma "deliberada" e que alguém desligou os sistemas de comunicação propositalmente, entre eles o transponder.

- Dados fornecidos por satélite assinalam que o avião pode ter tomado dois corredores aéreos. Um ao norte da Ásia Central e outro para o sul, pelo oceano Índico.

Domingo 16 de março

- A Malásia anuncia que o número de países que participam das buscas aumentou de 14 para 26.

- As investigações da polícia malaia se voltam para o comandante do avião, Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e para o co-piloto, Fariq Abdul Hamid, de 27 anos. As autoridades registram as casas de ambos e na casa do capitão Shah encontram instalado um simulador de voo.

Segunda 17 de março

- As autoridades afirmam que as últimas palavras na cabine do avião foram: "Muito bem, boa noite". Estas chegaram dois minutos antes de o transponder ter sido desligado. A Malaysia Airlines informa que acha que a voz é do co-piloto Hamid.

Terça 18 de março

- Aviões de vigilância australianos e norte-americanos começam a sobrevoar 600.000 quilômetros quadrados (230.000 milhas quadradas) do oceano Índico. A área total da busca, segundo as autoridades malaias, agora compreende algo maior que a Austrália.

- Os familiares dos passageiros chineses ameaçam iniciar uma greve de fome, já que fazem questão de apontar que a verdade não estaria sendo dita.

Quarta 19 de março

- A Malásia informa que as verificações de antecedentes de quase todos os passageiros e a tripulação não derivaram em nenhuma "informação de importância". Assim mesmo fica-se sabendo que solicitaram ajuda ao FBI para recuperar dados apagados no simulador de voo do capitão Shah.

Quinta 20 de março

- A Austrália anuncia que satélites descobriram dois objetos, um de 24 metros (79 pés), em uma zona remota do sul do oceano Índico a 2.500 quilômetros (1.500 milhas) a sudoeste de Perth.

- Um cargueiro norueguês, o St. Petersburg, da armadora Hoegh Autoline, chega à área onde os objetos foram vistos. O barco ia de Madagascar a Melbourne (Austrália) quando receberam o pedido. A Austrália envia quatro aviões e dois barcos à zona.

Sexta 21 de março

- Os trabalhos de localização dos dois possíveis restos no Índico sul se veem complicados pela distância em relação à região em que foram detectados pelos satélites, longe das rotas normais de navegação marítima, a 2.500 quilômetros da costa oeste da Austrália. Os aviões têm um tempo efetivo de busca antes de ter de regressar a Perth, já que o voo de ida leva cerca de quatro horas e o de volta outras tantas.

- Cinco aviões foram enviados a partir da Austrália para rastreamento: três P-3 Orion, um P-8 Poseidon das forças navais norte-americanas e um reator Bombardier Global Express. Um barco mercante já se encontra na região, outro é esperado, e um navio da armada australiana —o HMAS Success, que é capaz de recuperar qualquer tipo de objeto— está também a caminho e chegaria no sábado, segundo informou a Autoridade de Seguridade Marítima da Austrália (AMSA, na sigla em inglês), em um comunicado.

Sábado 22 de março

- Um satélite chinês fotografou um objeto de 22,5 metros por 13 a cerca de 120 quilômetros do ponto onde outro satélite havia localizado dois elementos que os especialistas consideram que poderiam proceder do avião.

- As coordenadas onde o objeto foi localizado (44 graus e 57 minutos latitude sul e 90 graus 13 minutos longitude este) se encontram dentro do corredor sul que os experientes consideram que pode ter sido percorrido pelo avião depois de perder o contato.

Domingo 23 de março

- O Ministério de Assuntos Exteriores da França anuncia em um comunicado que "ecos de radar tomados por um satélite permitiram identificar restos flutuantes em uma área do oceano Índico situada ao redor de 2.300 quilômetros de Perth".

Segunda 24 de março

- O primeiro-ministro da Malásia confirma que o avião caiu no Índico e descarta sobreviventes. A afirmação foi feita em uma coletiva de imprensa após serem encontrados objetos flutuantes no oceano.

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