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Shirley Temple morre aos 85 anos

A atriz mais famosa dos anos 30 nos Estados Unidos morreu em sua casa na Califórnia. 'Olhos encantados' foi seu primeiro papel como protagonista no cinema

A menina prodígio mais popular do cinema.Foto: reuters_live

A criança dos cachos de ouro, a mulher que tantos filmes realizou ao longo de sua vida, a atriz Shirley Temple, morreu aos 85 anos. A atriz morreu em sua casa de Woodside (Califórnia). "Ela estava rodeada por sua família e cuidadores", segundo um comunicado da família. A maior parte dos filmes que realizou foram feitos quando era criança. Aos três anos, começou a trabalhar para o cinema. Apareceu em importantes filmes no início dos anos 30. De 1935 a 1938 foi a atriz que registrou maior sucesso de bilheteria nos Estados Unidos.

Shirley Temple conseguiu um Oscar especial mirim em 1935 pelo filme Bright Eyes (Olhos encantados), quando tinha só seis anos de idade. Com isso, tornou-se a atriz mais jovem a ganhar um prêmio da Academia. Atuou em um total de 43 longas-metragens, mas apesar de seus dotes para cantar, dançar e atuar teve dificuldade de manter a carreira quando adulta e abandonou o cinema em 1950 aos 22 anos. Foi dirigida por cineastas como David Butler, Walter Lang ou John Ford. Realizou papéis dramáticos e de comédia até deixar o cinema.

Nascida em uma família de classe média da Califórnia, estudou teatro desde criança, além de canto e dança em diversos institutos. Aos três anos, foi eleita para atuar em diversos curtas-metragens para a empresa Educational Picturesy, depois fez breves aparições em longas-metragens em papéis sem destaque. Ela obteve seu primeiro papel como protagonista em 1934 em Olhos encantados, que a consagrou. Entre as produções mais destacadas que atuou quando criança se destacam The Little Colonel, Curly Top, Wee Willie Winkie , Heidi, A Little Princess, The Bachelor and the Bobby-Soxer e Fort Apache, todas estreadas durante as décadas de 1930 e 1940.

Na Espanha ela também teve sucesso, embora em menor medida: a pequena coronel, a simpática orfã, a pobre criança rica, a mascote do regimento, a pequena princesa… até que, como ocorreu com muitas outras figuras do cinema, ao se converter em pessoa pública, ficou de lado. Chegou a perder a oportunidade de protagonizar o hoje mítico O Mago de Oz, que ficou com Judy Garland.

Depois de sair do cinema, ela se dedicou à política a serviço do partido republicano, convertendo-se em delegada das Nações Unidas graças a uma nomeação de Richard Nixon, e mais tarde embaixadora em Gana e na Checoslováquia, onde assistiu à revolução da Perestroika. Mas poucos lembravam dela como a grande estrela infantil que foi, a maior fonte de faturamento das produtoras em seus anos de esplendor. Sua vida pessoal passou ao anonimato, embora sua imagem tenha perdurado. Em 1951 Luchino Visconti dirigiu Bellísima, que tem uma cena de um casting para encontrar uma nova criança prodígio com a frenética (e genial) Anna Magnani, disposta a tudo para converter sua filha em uma nova Shirley Temple. Mas o neorrealismo italiano era o oposto do glamour da Hollywood Dourada, e a tragédia aparecia oportunamente em Bellísima.

Ao ver hoje os filmes infantis filmes de Shirley Temple o espectador pode ter diferentes reações. Alguns seguirão a valorizando pelos indiscutíveis talentos de criança prodígio, mas outros poderão considerar suas perfomances simplesmente ensaiadas e insuportáveis.

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