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“Schumacher sofre lesões cerebrais sérias”

"Sem o capacete ele não sobreviveria", constatam os médicos, que confirmam que o alemão sofreu um forte golpe no lado direito da cabeça, provavelmente em grande velocidade O ex-piloto, heptacampeão do mundo de fórmula 1, sofreu ontem pela manhã um grave acidente enquanto esquiava nos Alpes franceses e ingressou em coma no centro de Grenoble O Kaiser, de 44 anos, passou por uma neurocirurgia e continua "em estado crítico"

Oriol Puigdemont
Michael Schumacher, em uma imagem de 2012.
Michael Schumacher, em uma imagem de 2012.DIEGO AZUBEL (EFE)

Depois de passar toda a noite internado em uma clínica do Grenoble, na França, Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, “continua em estado crítico e sofre lesões cerebrais”, segundo boletim médico que o Hospital Universitário do Grenoble emitiu às 11h desta segunda-feira (8h em Brasília). O alemão, acompanhado a todo momento por sua família, permanece em coma depois de ter sido submetido a uma operação com o objetivo de reduzir o edema cerebral formado na sua cabeça por causa do acidente de esqui que ele sofreu neste domingo na estação do Méribel, nos Alpes franceses, quando bateu violentamente o crânio contra uma rocha.

Schumacher, de 44 anos, que estava acompanhado do seu filho Mick, de 14, recebeu o primeiro atendimento ainda na pista de esqui e foi posteriormente transferido de helicóptero para o hospital Albertville, em Moutiers. Mais tarde, a guarda de montanha o levou para Grenoble, onde já chegou em coma e foi imediatamente submetido a uma cirurgia cerebral.

"Não podemos prever seu futuro. Seu estado é muito grave", dizem os médicos

Na manhã de hoje, o hospital divulgou um boletim médico diante de uma sala de imprensa lotada de jornalistas. Durante 15 minutos, os médicos Marc Penaud, Jean-François Payen, Emmanuel Gay e Stephan Chabardes relataram de novo os fatos ocorridos e qual era a situação atual, “muito crítica”, conforme disseram. Ao mesmo tempo, se recusaram a oferecer qualquer prognóstico, porque “ainda é muito cedo”. Também afirmaram que Schumi bateu o lado direito da cabeça e que, se não usasse capacete, nem teria chegado vivo a Grenoble.

“Ao chegar, estava em um estado de hipertensão, com hematomas intracranianos e um edema. Com a tomografia cerebral vimos que apresentava lesões cerebrais sérias, mas difusas, e por isso foi posteriormente levado para reanimação”, detalharam os médicos. “Não podemos nos pronunciar sobre seu futuro. Seu estado é muito grave. Encontra-se em um coma artificial, está em hipotermia (controlamos sua temperatura corporal entre 34 e 35 graus), e lhe administraram tratamentos para limitar ao máximo sua pressão intracraniana. Está monitorado, e por isso vamos de hora em hora”, acrescentaram os especialistas.

Michael Schumacher, de 44 anos, é um dos grandes ícones da história da Fórmula 1. Sete campeonatos mundiais adornam um currículo incomparável. Considerado por muitos o melhor piloto de todos os tempos, ganhou 91 corridas, subiu a 155 pódios, largou 68 vezes na pole position e cravou 77 voltas mais rápidas. Foi o símbolo da época mais dourada da escuderia Ferrari. Em 2006 decidiu se aposentar, mas três anos depois, em 2009, voltou para trás do volante, pela equipe Mercedes.

Mecanismos de neuroproteção

MARÍA R. SAHUQUILLO

Descontando-se o fato de que o piloto pode estar em coma por causa do acidente, Tomás Toranzo, médico especialista em urgências e emergências, explica que os tratamentos de coma induzido e hipotermia, aplicados a Schumacher no hospital onde está internado, são dois mecanismos de proteção neurológica.

“Os pacientes nessas situações costumam ser induzidos a um coma medicamentoso e também à hipotermia, como medidas de preservação neurológica, para que as estruturas cerebrais sofram menos e para que o paciente, caso se recupere, o faça em boas condições”, afirma.

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