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Marinha argentina confirma que houve uma explosão na área onde o submarino desapareceu

Notícia revoltou familiares, que culparam a Marinha por usar uma embarcação antiga e reformada

Membros da Marinha e familiares dos tripulantes, nesta quinta-feira
Membros da Marinha e familiares dos tripulantes, nesta quinta-feiraMarcos Brindicci (Reuters)
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O pessimismo já se espalhara com o passar do tempo, mas agora há também uma informação que reduz a esperança de encontrar com vida os 44 tripulantes do ARA San Juan. A Marinha argentina confirmou, nesta quinta-feira, por duas fontes diferentes — os especialistas nos EUA e uma agência austríaca — que houve uma explosão na área em que desapareceu o submarino na quarta-feira da semana passada. Tudo indica que a nave sofreu uma explosão e isso explicaria não ter utilizado nenhum dos mecanismos de emergência à disposição. Segundo a Marinha, pode ter sido uma implosão e, por isso, faria sentido que em todo este tempo não tenha aparecido nenhum pedaço do submarino, apesar do enorme aparato aéreo e marítimo empregado.

Diante dessa notícia devastadora, alguns familiares ficaram irritados e começaram a culpar a Marinha por manter em funcionamento um submarino de 1985, que foi reformado para prolongar sua vida útil. Os parentes estavam indignados porque uma informação dessas foi divulgada depois de uma semana, embora a Marinha insista que não tinha a confirmação até então.

Enrique Balbi, porta-voz da Marinha, explicou que a ideia apresentada pelos especialistas dos Estados Unidos que haviam analisado todos os dados era que houve um ruído na quarta-feira passada, quatro horas depois do último contato com o submarino, no qual avisara que estava com uma falha elétrica. “Constatou-se um evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão. O embaixador argentino na Áustria é membro da organização de controle de testes nucleares, que conta com uma rede de estações acústicas para verificar a realização de ensaios nucleares. Este evento coincide com a informação recebida ontem nos EUA, onde se centralizou a análise do que eles chamaram de anomalia acústica, registrada na quarta-feira, 15, às 10h31, explicou.

Os parentes se revoltaram. Itatí Leguizamón, esposa de um tripulante, foi duríssima: “Mandaram uma merda para navegar. Tiveram problemas em 2014 e não puderam emergir. Não puderam terminar a leitura. São uns infelizes perversos que nos mantiveram aqui por uma semana. Por que não disseram antes? Mentiram para nós. Os familiares estão quebrando tudo lá dentro. A culpa de tudo é dos 20 anos de abandono da Marinha. Já não tenho nenhuma esperança”, disse às portas do lugar em Mar del Plata onde estiveram reunidos durante toda a semana os parentes esperando por notícias.

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