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‘Stranger Things’ e ‘Westworld’ começam duelo pelo Emmy

'A 13ª Emenda', de Anna du Vernay, venceu como documentário na premiação técnica. Entrega principal dos prêmios Emmy 2017 acontece no domingo, 17 de setembro

Carmen Cuba, responsável pelo casting de 'Stranger Things', posa com seu Emmy, no domingo
Carmen Cuba, responsável pelo casting de 'Stranger Things', posa com seu Emmy, no domingoRichard Shotwell/Invision/AP
Pablo Ximénez de Sandoval

O Prêmio Emmy 2017 será transmitido pela televisão no domingo, 17 de setembro. Mas a indústria da televisão já entrega estatuetas desde sábado, dia 9, porque são tantas categorias que três dias não são suficientes para entregar todas. Em dois eventos, sábado e domingo, no teatro Microsoft de Los Angeles, Hollywood premiou todos os que não aparecem nas telas, mas fazem das séries o que elas são. Nos prêmios técnicos concedidos no final de semana, Westworld e Stranger Things levaram cinco estatuetas cada e deixaram claro que são as favoritas para levarem tudo o que Game of Thrones deixou temporariamente sobre a mesa.

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A ausência de Game of Thrones este ano, que não participou do Emmy por uma questão de datas, transformou a categoria de drama em um duelo apaixonante em que competem até cinco séries novas com chances: The Crown, Westworld, Stranger Things, The Handmaid’s Tale e This Is Us.  O prêmio ao melhor planejamento de produção para The Crown pode indicar que é a terceira na disputa. É preciso lembrar que a série sobre a rainha Elizabeth da Inglaterra já venceu as outras duas (e Game of Thrones) no Globo de Ouro de janeiro.

A batalha entre Westworld e Stranger Things também é a principal frente de um duelo mais geral, entre a HBO e a Netflix. A plataforma pela Internet se equiparou à gigante da televisão a cabo neste ano. No ano passado, a HBO teve 94 indicações e a Netflix estava em segundo com 54. Nesse ano, a HBO tem 111 e a Netflix 91. Após uma enorme aposta da Netflix por conteúdo próprio, com gastos de 6 bilhões de dólares (18 bilhões de reais) por ano em séries e filmes novos, ela se coloca lado a lado com os grandes estúdios de Hollywood. Com os prêmios de sábado e de domingo, a HBO tem 19 estatuetas e a Netflix, 16. Para dar uma ideia da hegemonia dessas duas empresas, a próxima é a NBC com 9 prêmios (e 5 deles são do Saturday Night Live, não de séries).

Só ocorreu um ponto político nas duas noites de cerimônia. A chefe de casting de Stranger Things, Carmen Cuba, se declarou especialmente orgulhosa por receber o prêmio como “norte-americana de primeira geração filha de um imigrante peruano”. Disse isso no contexto da decisão do Governo de Donald Trump de acabar com um programa que protegia da deportação imigrantes irregulares trazidos por seus pais quando eram menores de idade. Carmen Cuba pediu que “todos se mantenham juntos e lutem pela proteção e aceitação de nossos vizinhos”.

A categoria de documentários estava especialmente interessante neste ano. O grande vencedor foi A 13ª Emenda, a história da opressão dos afro-americanos nos Estados Unidos desde a escravidão, contada por Anna du Vernay para a Netflix. O documentário levou quatro prêmios e deixou OJ: Made in America e The Beatles: Eight Days a Week com dois prêmios cada um (mas o extraordinário documentário da ESPN sobre OJ Simpson levou os prêmios de melhor direção e montagem).

Veep, o grande trunfo da HBO no gênero de comédia, ganhou os prêmios de melhor casting, planejamento de produção e fotografia para séries de meia hora de uma só câmera. Master of None, a revelação de Aziz Anzari na Netflix, ganhou um prêmio pela montagem. No domingo duelam com Atlanta (que venceu o Globo de Ouro), e os clássicos Modern Family e Silicon Valley.

Big Little Lies se confirma como uma das séries mais bem-feitas do ano, com prêmios de figurino, supervisão musical (a seleção de canções) e casting, essa coleção de mulheres das quais você quer saber tudo. No domingo, Big Little Lies disputa a categoria de série curta do ano com The Night Of, outro casting monumental, com John Turturro e Riz Ahmed, que levou quatro prêmios. Uma se passa em uma prisão, a outra em mansões com vista ao Pacífico na costa da Califórnia, e as duas são igualmente asfixiantes. E também estão Fargo, Feud: Bette and Joan (com Jessica Lange e Susan Sarandon no papel das divas Bette Davis e Joan Crawford) e Genius (a série da National Geographic sobre Albert Einstein). As categorias de melhores atores convidados em dramas foram para Alexis Bledel (The Handmaid's Tale) e Gerald McRaney (This Is Us).

Alexis Bledel posa com seu Emmy de Melhor Atriz Convidada (por 'The Handmaid's Tale')
Alexis Bledel posa com seu Emmy de Melhor Atriz Convidada (por 'The Handmaid's Tale')Richard Shotwell (AP)

Um momento especialmente comemorado desse Emmy foi o prêmio de melhor atriz convidada em um programa de comédia para Melissa McCarthy. Sua imitação explosiva de Sean Spicer, o ex-porta-voz da Casa Branca de Donald Trump, no Saturday Night Live foi uma sensação, no mesmo nível da imitação do presidente feita por Alec Baldwin. O Spicer de McCarthy, com o cabelo aplastado, o cenho franzido e gritando enfurecida aos jornalistas é uma das imagens televisivas do ano nos Estados Unidos, premiada com justiça. Na categoria de ator convidado em comédia o vencedor foi Dave Chapelle por sua participação também no Saturday Night Live no primeiro programa transmitido após a eleição de Trump.

No total, o Saturday Night Live, o programa de variedades revivido graças ao momento político dos Estados Unidos, levou cinco prêmios. Além disso, o melhor especial de variedades foi o Carpool Karaoke de James Corden e a melhor direção de programa especial de variedades foi para Glenn Weiss pela realização do Oscar. Sim, esse. Weiss também é o diretor do evento do Prêmio Tony e do próprio Emmy, no próximo domingo

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