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Democratas questionam intenções de Trump ao demitir Comey

Diretor do FBI liderava investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016

James Comey, ex-diretor do FBI.
James Comey, ex-diretor do FBI.Susan Walsh (AP)

A destituição do diretor do FBI, James Comey, cujo protagonismo na política americana gerou polêmica nos últimos meses, surpreendeu Washington. A decisão foi anunciada pela Casa Branca na tarde desta terça-feira. Entre os democratas, a reação foi de ampla rejeição, pelo temor de que Donald Trump estaria tirando de campo a pessoa que investiga os possíveis laços de sua campanha com os russos. Entre os republicanos há opiniões divididas quanto à decisão. Estas são as reações iniciais mais importantes:

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O congressista democrata Adam Schiff, que encabeça o Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes – um dos grupos parlamentares que também investigam o possível conluio da equipe de Trump com os russos durante a campanha – afirmou que a demissão de Comey “gera graves dúvidas sobre se a Casa Branca estaria interferindo numa investigação criminal”.

Elizabeth Warren, proeminente e veterana senadora democrata, escreveu no Twitter que “já é hora de o Congresso parar de olhar para o outro lado. Donald Trump não pode escolher a próxima pessoa que prosseguirá com esta investigação crítica”. Warren, assim como outros legisladores, é partidária da nomeação de um promotor independente para investigar o presidente.

O líder da minoria democrata no Senado, Charles Schumer, afirmou em entrevista coletiva que Trump estava cometendo um “grave erro”. “A primeira pergunta é: por que agora? Por acaso as investigações sobre a Rússia estavam se aproximando demais do presidente?”, questionou o veterano senador.

Bernie Sanders, ex-candidato à presidência e rival de Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata em 2016, somou-se às críticas a Trump, questionando se o republicano tem algo a esconder.

Republicanos

Na falta de uma reação do líder dos republicanos na Câmara, Paul Ryan, algumas figuras importantes do partido expressaram suas opiniões iniciais à decisão.

John McCain, ex-candidato presidencial e veterano senador republicano pelo Estado do Arizona, criticou a destituição de Comey. “Esta decisão do presidente só confirma a necessidade e a urgência de um comitê especial para investigar a interferência russa nas eleições de 2016”, afirmou McCain, que elogiou o agora ex-diretor do FBI, qualificando-o como “um homem honrado e íntegro”.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, não comentou a decisão e se limitou a dizer que a Câmara Alta estará pronta para confirmar o nome indicado pelo presidente para substituir Comey.

Lindsey Graham, senador pela Carolina do Sul e um dos poucos republicanos que foi taxativo com Trump até agora, assumiu uma posição mais moderada que McCain. “Dadas as polêmicas recentes em torno do diretor, acredito que uma mudança virá bem para a agência e o país. Sei que foi uma decisão difícil para todos”, afirmou o parlamentar.

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