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Reforma da Previdência e lei terceirização levam milhares às ruas para protestar

Movimentos sociais convocam atos rumo à greve geral em São Paulo, Rio e outras cidades Veja como foi a cobertura das manifestações de 31 de março pelo Brasil

Manifestantes protestam na avenida Paulista contra a reforma da previdência proposta pelo Governo Temer, nesta sexta-feira, 31 de março.
Manifestantes protestam na avenida Paulista contra a reforma da previdência proposta pelo Governo Temer, nesta sexta-feira, 31 de março. NACHO DOCE (REUTERS)

Nesta sexta-feira, 31 de março, movimentos sociais ligados à esquerda realizaram vários protestos em 23 Estados e no Distrito Federal contra as reformas da Previdência e trabalhista e contra a lei da terceirização propostas pelo Governo Michel Temer. Os atos deram início a uma mobilização "rumo a greve geral" convocada por duas frentes distintas, criadas em 2015, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Os protestos coincidem com a divulgação de uma pesquisa Ibope que revelou que apenas 10% da população aprova o atual Governo. Os principais protestos ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Veja como foi a cobertura dos protestos de 31 de março:

Ato em São Paulo acaba, sem tumultos ou confusões até agora. Manifestantes começam a se dispersar. Organizadores voltam a avisar que haverá greve geral no próximo dia 28.
A praça da Cinelândia, no Rio, acolhe uma multidão que escuta as falas finais do ato. Há homenagens aos caídos na ditadura militar, discursos a favor da igualdade das mulheres e do coletivo LGBT. "Milhões de pessoas estão nas ruas não apenas contra essas reformas neo-liberais contra a classe trabalhadora, mas estamos lutando também contra o golpe que foi dado, contra o fascismo e contra imprensa desigual", discursa um dos líderes. "Queremos recuperar a democracia e não queremos esperar 2018"
Os organizadores do ato em SP falam agora em 70.000 presentes na marcha, que está em seus instantes finais.
O ato até agora não teve nenhuma menção ao ex-presidente Lula, possível candidato em 2018. Nem Rui Falcão, presidente da legenda, falou sobre ele ou pediu um "volta, Lula". No último ato promovido pelas esquerdas, a presença do ex-presidente causou incômodo, já que há partidos e movimentos presentes que fizeram oposicao a medidas do PT. "Nosso partido não emenda reforma da Previdência. Queremos derrotar a reforma. E toda nossa militância apoiará a greve geral do próximo dia 28", disse Falcão.
Em São Paulo, início do ato chega na praça da República, para o encerramento que terá discursos dos movimentos e sindicatos. Eles gritam: "Não, não, não à terceirização". E "Aposentadoria fica, Temer sai".
Imagem do protesto em São Paulo, no final do dia. A manifestação na capital paulista é pacífica e ocorre, até o momento, sem tumultos. Foto: Nelson Almeia/AFP
No Rio, do alto do carro do carro de som, pide-se também a desmilitarização da polícia militar, um dia depois de um vídeo mostrar dois PMs executando dois suspeitos no subúrbio do Rio. Policiais do Choque fizeram um cordão em um dos laterais da praça
Ato no Rio chega na Cinelândia, cenário simbólico dos protestos de 2013. No último ato contra a Previdência, de duas semanas atras, PM lançou bombas contra manifestantes e até clientes dos bares da praça
O protesto no Rio, já de grandes dimensões, marcha pela Rio Branco, no centro da cidade, sob os gritos de Fora Temer. O acompanha um nutrido grupo de jovens anarquistas e Black blocs, asiduos de outros protestos. Há chances de haver, mais uma vez, correria e confusão, advertem
Organização agora fala em 50.000 pessoas no ato em São Paulo. A ponta do protesto já chega perto da praça Roosevelt, no centro.
Uma ala do protesto no Rio com adesivos do PT grita "olé, olé, olá, Lula, Lula". Felipe Moraes, estudante de 23 anos, acha que ele, "a pesar de tudo" é a "única opção para derrotar o projeto neoliberal". Moraes, que acredita na inocência de Lula "até se demostrar o contrário" avalia que a pauta imediata deste ato é derrubar a lei da Terceirização e a reforma da Previdência. "Mas não podemos negar que isto aqui de hoje tem uma influência para 2018", diz o estudante
O PT conta "mais de 40.000 pessoas" no protesto em São Paulo.
A diretora Elaine Borja, 51 anos, veio de Embu das Artes para protestar na Paulista. "O que eles estão propondo acaba com todos os direitos dos trabalhadores. Com a terceirização, a PEC do teto de gastos e a reforma da Previdência, os prefeitos e governadores vão poder dispensar seus funcionários e contratar sem concursos."
Manifestante na avenida Paulista.
Estudantes de história da UFF vieram no ato para protestar contra a reforma da Previdência, a do Ensino Medio, a lei da Terceirização e "contra todas as PECs desse Governo golpista". "Este ato é importante para mostrar ao país e a outros setores que não estão aqui [a direita, os não organizados e os apolíticos] que há uma articulação do povo", diz Matheus Bizzo, de 20 anos. Os quatro consideraram-se de esquerda, os únicos nas suas famílias. "Na minha só houve um bisavô, que era comunista", brinca Bizzo (à dir.)
Manifestantes na avenida Paulista. Professores da rede estadual, em negociação salarial, trouxeram um 'pixuleco' do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Eles falam agora em 40.000 pessoas presentes.

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