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11 séries que deveriam acabar o quanto antes

‘The Big Bang Theory’ renova até sua décima segunda temporada, e ‘Modern Family’ prepara a nona. Era hora de chegarem ao fim?

"Viva rápido, morra jovem e deixe um cadáver bonito.” Há séries que deveriam ter tatuado com sangue essa frase do filme O Crime Não Compensa. Com a 30ª. temporada já planejada, Os Simpsons deixou de ser a sitcom mais original da televisão, a que influenciou todos os que vieram depois, para se tornar um ancião repetitivo e sem graça. Não sabemos qual foi o momento exato do pulo do tubarão, mas hoje todos temos claro que ela não soube morrer a tempo. Incluímos a atração criada por Matt Groening no nosso primeiro ranking de séries que deveriam ter acabado, lá por 2012, e ela volta a este com algumas de suas antigas companheiras e novas incorporações. Ficções que não souberam pôr um ponto final e admitir que sua história já havia deixado sua melhor etapa para trás. Quando você passa de cinco temporadas, começa a sofrer. Alguém chegou ao final de CSI? Pois é. Estas são as séries às que já deram o que tinham para dar.

Os Simpsons

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Os Simpsons deixaram de ser Os Simpsons em algum momento indeterminável dos últimos 15 anos, mais ou menos. A partir do exato instante em que deixamos de destacar grandes momentos. Todos recordamos daquele episódio com a homenagem a O Iluminado ("sem televisão e sem cerveja Homer perde a cabeça"), o do trem elevado, o de Homer no espaço, o da Austrália ou aquele em que o Sideshow Bob pisava quase infinitamente num rastelo e levava porradas no nariz. Mas quem recorda algo de, digamos, as últimas cinco ou sete temporadas? É preferível voltar a ver os momentos gloriosos nas intermináveis reprises do que continuar esticando um chiclete no qual já não sobra praticamente nenhuma situação para a família amarela viver, a menos que fizessem algo totalmente transgressor. Deixem os Simpsons descansarem (e, de passagem, também Uma Família da Pesada e o surrado universo de Seth MacFarlane).

The Big Bang Theory

Eles não podem ser para sempre os eternos jovens freaks que amam a ciência, mesmo que haja casamentos e filho no meio. Depois de 10 temporadas (e pelo menos mais duas asseguradas, além do spin-off do jovem Sheldon), as piadas e situações desse grupo de amigos soam repetitivas. E a culpa talvez não seja dos últimos anos, e sim de a série não ter sabido evoluir desde muito antes, na quarta ou quinta temporada. Sim, é fácil de assistir e, sim, arranca sorrisos, mas tudo está já muito batido.

The Affair

O jogo da narração por dois lados e, posteriormente, por quatro lados das consequências de uma aventura amorosa funcionou muito bem durante duas temporadas, nas quais a série do canal Showtime monopolizou elogios e surpreendeu os espectadores. Entretanto, a obsessão por prolongar uma história já contada (daquele caso agora resta só o rescaldo) a partir de personagens que acabam ficando chatos foi um lastro tremendo para a terceira temporada de uma série que deveria ter terminado a tempo, em vez de esticar um chiclete que já não tem mais sabor. Estamos nos apressando em pedir seu final após somente três temporadas? Talvez, mas nem todas as séries precisam chegar às cinco, seis ou dez temporadas. Às vezes, uma ou duas é mais do que suficiente.

Nashville

À série ambientada no mundo da música country já deu o que tinha que dar. Aliás, a ABC viu isso com clareza na temporada passada e chegou a cancelá-la, após ela passar bastante tempo cambaleando. Mas é uma dessas séries que dão saudades, e o movimento nas redes sociais levou o canal CMT, especializado em música country, a recuperá-la para mais uma temporada. O resultado está sendo uma série dessas que se veem por inércia e, ao menos nos últimos episódios emitidos, para inchar de tanto chorar. Já ficou bem para trás a briga entre Juliette e Rayna que tanto nos divertia na primeira temporada, ou as tensões sexuais não resolvidas (já fora todas resolvidas, várias vezes). E não dá para engolir que vários personagens saiam, menos Scarlett. Já é tarde para pedir um final digno para Nashville. Agora só pedimos um final.

Modern Family

Aquela que já foi a grande comédia da televisão está à espera de renovar para o seu nono ano quando forem concluídos os milionários contratos do seu elenco. Se terminasse agora deixaria um bonito cadáver, mas não achamos que a ABC esteja disposta a isso por enquanto. Ao final deste ano, Manny e Luke irão se formar e se encaminharão para a universidade, de modo que, após as saídas de Haley e Alex, será cada vez mais difícil justificar a presença dos jovens em cada episódio. Nesse ritmo, acabaremos vendo Lily casada e com filhos. Ed O'Neill já passou por isso antes. Tudo para vender o máximo de episódios que for possível.

Homeland

Alguns dizem que deveria ter acabado quando (spoiler!) seu protagonista morreu, mas Homeland foi renovada por mais dois anos. Depois da irregular, inverossímil e confusa sexta temporada, corremos o risco de acabar odiando Carrie Mathison (Claire Danes) mais ainda do que já acontece (em um efeito similar ao de Orange is the new black). Que guinada de roteiro podem dar para refrescar a série e para que tudo não pareça tão louco? Por quantos anos poderemos continuar vendo-os sofrer tanto?

Once Upon a Time (Era uma vez)

Esta nunca foi uma série disposta a mudar os rumos da televisão, mas começou bem e continuou com energia suficiente para render momentos divertidos. O conceito de um povo no qual aparecem todos os tipos de personagens dos contos de fadas, afinal, dá muito pano para manga. Mas depois de seis temporadas e um spin-off de Alice talvez já esteja na hora de fechar Storybrooke. Já tivemos Branca de Neve, Frozen, o Mágico de Oz, Pinóquio, Peter Pan, Beowulf, Frankenstein e o Rei Artur, quem está faltando? Que outros flashbacks podem ter ainda? No momento, a ideia que se imagina é manter apenas alguns dos personagens secundários (os contratos acabam) e apresentar uma nova história, mas para isso ABC e Disney deveriam dar luz verde para uma nova temporada, e assim continuar fazendo crescer esta impossível árvore genealógica de conto de fadas.

Agents of S.H.I.E.L.D

A primeira série da Marvel na televisão, com protagonista e convidados vindos diretamente do cinema, é também uma das piores produções já realizadas pela empresa. Até Joss Whedon, que dirigiu o piloto e deixou o comando a seu irmão, se desligou desta trama na qual os personagens totalmente sem química jamais conseguiram nos prender. Um dos maiores problemas: não podem brincar com liberdade com o universo Marvel. Podiam apresentar Os Inumanos, O Motorista Fantasma ou a identidade cômica secreta de alguns dos membros, mas ninguém seria capaz de reanimar essa trupe insossa. E agora vamos a uma realidade paralela. A quinta temporada não está garantida, porém. Talvez o melhor seria matá-la a tempo e ir diretamente a outras coisas, como Inumanos, Manto e Adaga e Runaways.

True Detective

A HBO continua sem se decidir quanto a esta série, que não está totalmente morta, mas tampouco foi renovada. De vez em quando saem rumores em um ou outro sentido. Ontem mesmo, por exemplo, soube-se que Nic Pizzolatto tem dois episódios escritos e que na equipe também está o veterano David Milch (Deadwood, NYPD Blue). Mas o fato é que a trama da segunda temporada já deveria lhes ter servido de lição. Porém, precisamente o fracasso da temporada protagonizada por Colin Farrell, Vince Vaughn, Rachel McAdams e Taylor Kitsch poderia servir de incentivo à rede para bater na mesa e fazer uma terceira temporada que feche com chave de ouro. Mas, por que obcecar-se em retomar algo que já está liquidado em vez de concentrar os esforços em algo novo e sem poréns? De qualquer forma, True Detective é o exemplo claro de que há séries que não precisam ir além de uma única temporada.

Grey's Anatomy (A Anatomia de Grey)

A série de Shonda Rhimes já se arrasta por 13 temporadas (13 temporadas!) com idas e vindas, tramas loucas e mortes mais loucas ainda. Não é complicado imaginar por que esta série deveria ter terminado há tempos. Mas também é verdade que é uma série que continua tendo muitos fãs, alguns seguidores que toda vez que acontece algo (uma morte, normalmente) saem até debaixo das pedras enquanto que no resto do tempo estão escondidos sem se atrever a manifestar-se como fãs da série. A definição perfeita do prazer culpado. Shonda, e se pensarmos em fechar o Seattle Grace e dar um descansinho a seus médicos?

Outras

Mas este grupo seleto não é o único. A produção em episódios acha mais fácil alongar suas séries sem ter um final em mente, mas algumas deveriam pensar em abrir espaço para outras mais jovens. A série central de NCIS existe há 15 temporadas com um elenco bem estável, e seus spin-offs rumam para o mesmo caminho; o remake de Hawaii Five-O soma oito e Criminal Minds ultrapassa as 12 com tantos protagonistas que perdemos a conta. Os irmãos Winchester, de Supernatural, também parecem prontos a ver suas histórias fantásticas acabarem depois de 13 anos nos quais aconteceu absolutamente de tudo. Séries como Broadchurch também merecem atenção, já que, quando seu caso central termina, tendem a se perder em outros argumentos e mistérios menos interessantes. E algumas como 24: Legacy e Prison Break são tão corajosas de voltar com temporadas medíocres quando suas antecessoras já foram esticadas por qualquer motivo.

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