_
_
_
_
_

Dez horas de terror no México em conflito com pistoleiros do Cartel do Golfo

Confrontos entre a Marinha mexicana e sicários do Cartel do Golfo teriam deixado ao menos seis mortos

Jacobo García
Policiais em Tepic após a morte do líder dos Beltrán Leyva.
Policiais em Tepic após a morte do líder dos Beltrán Leyva.EFE

A cidade de Reynosa voltou na sexta-feira a seu pior cenário com a morte de pelo menos seis pessoas em confrontos separados entre membros do crime organizado e a Marinha.

Mais informações
México extradita ‘El Chapo’ Guzmán para os Estados Unidos
Guerra entre cartéis de drogas deixa 25 mortos no Estado mexicano de Guerrero
El Chapo relembra sua infância: “Me davam golpes de vara para vacas”

Durante 10 horas, a partir da meia-noite até a manhã, o medo tomou conta da localidade fronteiriça que viveu uma noite carregada de tensão, com tiroteios esporádicos e o barulho de um helicóptero rasante sobre os telhados.

Como de costume, as redes sociais e um breve comunicado oficial explicaram parte do que aconteceu. Segundo o documento, o Grupo de Coordenação Tamaulipas informou que, com apoio das forças federais, havia começado a perseguição a Julián Manuel Loisa Salinas, conhecido como 'El Comandante Toro', líder do Cartel do Golfo (CDG) em Reynosa e um dos homens mais procurados do norte do México.

Porém, durante os enfrentamentos de sexta-feira, ocorreram pelo menos seis mortes, segundo confirmaram ao EL PAÍS fontes militares na região. A mídia local, como o jornal El Mañana, de Reynosa, disse que houve "mais de uma dezena de mortos".

Nas redes sociais, uma das poucas opções que restam aos tamaulipecos para se comunicarem com certa segurança, foram publicadas fotos de um helicóptero sobrevoando os telhados.

Paralelamente, nas ruas continuava a troca de tiros enquanto veículos com vidros escuros percorriam o local e trocavam tiros com a Marinha. O cenário final da batalha era de milhares de cápsulas de munição, pregos e pneus ardendo em chamas no meio das ruas. As autoridades não informaram se o 'Comandante Toro' foi capturado.

Os confrontos de sexta-feira foram o epílogo de uma semana sangrenta que prenunciava uma batalha maior, de acordo com a lógica da guerra contra o narcotráfico no México.

E assim foi. Depois de mortes pingadas nos últimos dias, a Marinha empreendeu a batalha final para deter o chefe do Cartel do Golfo na região, com operações em ambos os lados da fronteira entre Tamaulipas e o Texas.

Na quarta-feira, inclusive, apareceram dois homens pendurados vivos em uma ponte com uma mensagem. No texto, o 'Comandante Toro' e o cartel que representa, sentindo a presença do Exército em seu cangote, se desvinculavam dos últimos roubos, sequestros e assassinatos em Reynosa.

Esse novo enfrentamento entre militares e o crime organizado ocorreu após uma polêmica operação da Marinha em Tepic, Nayarit, na qual foi abatido o líder dos Beltrán Leyva, Francisco Patrón, conhecido como 'H2', na qual morreram 15 pessoas.

A missão de captura do líder criminoso contou com a utilização de um helicóptero armado que lembra as cenas de Reynosa compartilhadas nas redes sociais.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_