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Região onde caiu avião de Teori tem histórico de acidentes

A tragédia mais lembrada acabou com a vida do deputado Ulysses Guimarães em 1992 na mesma zona

María Martín
Equipes de busca da Marinha no local onde a aeronave caiu.
Equipes de busca da Marinha no local onde a aeronave caiu.BRUNO KELLY (REUTERS)
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A região entre o litoral paulista e Paraty, onde caiu o avião em que viajava o ministro Teori Zavascki, tem um amplo histórico de acidentes aéreos, nos quais já morreram também personalidades e empresários. A área é uma das mais badaladas pelas suas praias, águas cristalinas e ilhas salpicadas de mansões, e o trânsito de aeronaves – jatinhos e helicópteros – é intenso. A zona, porém, sofre com mudanças bruscas de tempo e fortes chuvas, sobre todo no verão. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) já trabalha no caso enquanto a Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram também investigações para apurar as causas da queda.

A tragédia mais lembrada, após a morte de Teori Zavascki, aconteceu em 12 de outubro de 1992 e acabou com a vida do deputado Ulysses Guimarães, ícone do combate à ditadura e peça chave na crise política que terminou com o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Ulysses viajava em um helicóptero com destino a São Paulo com sua mulher, Mora, o senador Severo Gomes e a mulher dele, Ana Maria Henriquetta, quando o aparelho caiu no mar pouco depois de decolar, entre Paraty e Ubatuba. As equipes de buscas nunca encontraram o corpo do deputado. O Brasil despediu-se assim, depois de 20 dias de buscas sem êxito, do "Senhor Diretas".

Já na época, os jornais destacavam em suas páginas que a Aeronáutica considerava o litoral Norte de São Paulo e a Serra do Mar, rota dos aviões para o sul do Rio, muito perigosos para aeronaves de pequeno porte. “Foram tantos os desastres nessa região que ela já chegou a ser chamada de ‘Nosso Triângulo das Bermudas”, relatava á época o Estado de S. Paulo.

Em julho de 2001 um outro acidente atraiu todos os holofotes à mesma região. O helicóptero que transportava o vice-presidente do Pão Açúcar, João Paulo Diniz, a namorada dele, o piloto e um co-piloto caiu no mar de Maresias, no litoral paulista. Sobreviveram o empresário e o copiloto que, depois do impacto, conseguiram nadar até a praia. Naquele dia, Maresias estava sob a ação de um ciclone, com ondas de até dois metros de altura.

Em novembro de 2013, o empresário Eduardo Francisco Uliano, de 63 anos, sócio-fundador da empresa paulista Day Brasil, que produz policarbonato, morreu após sua aeronave bimotor bater no pico do Morro do Corisco, também em Paraty. No avião viajavam também o filho dele, de 28 anos, e o piloto, de 63 anos. A aeronave caiu pouco despois de decolar.

Foi também no litoral de São Paulo onde aconteceu um outro acidente que marcou a agenda política do Brasil. O candidato do PSB à presidência da República, Eduardo Campos, morreu em 13 de agosto de 2014 quando o avião em que viajava despencou em Santos. Com ele, morreram mais seis pessoas.

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