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A longa recuperação de Casemiro

Volante do Real Madrid, afastado por lesão desde setembro, já trabalha com bola, embora ainda não haja previsão para seu retorno

Eleonora Giovio
Casemiro no treino de terça-feira.
Casemiro no treino de terça-feira.REAL MADRID

“Eu por mim voltaria amanhã, mas… é uma lesão complicada”, dizia Casemiro numa entrevista à rádio Onda Cero em 11 de outubro. O volante do Real Madrid se contundiu em 18 de setembro, ao receber uma entrada de Diop durante partida contra o Espanyol em Cornellà. Sofreu uma fissura no perônio, e dois meses depois ainda não pode treinar com o resto do elenco. É possível que nesta quinta-feira participe de um coletivo que servirá como avaliação, mas está praticamente descartado para o dérbi do próximo sábado contra o Atlético de Madrid, no estádio Vicente Calderón. A fissura é dolorosa sobretudo no começo, quando não permite nem mesmo caminhar. Não há tratamento; é preciso esperar que o osso se solde sozinho.

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O brasileiro, que tem a companhia da mãe durante esta etapa de recuperação, contou que nas primeiras semanas dormia com ímãs elétricos (a magnetoterapia favorece a cura de fraturas e fissuras) e que nesse período o que mais o fez sofrer foi ver os jogos nas tribunas do Bernabéu, ou pela TV quando o Real atuava fora. Se alguém tivesse gravado, veria um Casemiro bastante abalado. Desde a lesão, ele ficou de fora de quatro jogos da seleção brasileira, e viu a equipe assumir a liderança das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018.

“Não dá para fazer nada, só ter paciência, porque todo mundo diz que é uma lesão complicada. Trabalho muito na piscina para não perder a parte física e todo o trabalho que fiz na pré-temporada”, disse ele em outubro. Na piscina de Valdebebas, exercitava-se em sessões de 50 minutos correndo dentro da água para aumentar a resistência.

Antes da pausa no calendário das seleções – foi inicialmente convocado por Tite, mas acabou cortado –, já conseguia entrar em campo e dar trotes. “Ainda não tocou na bola, mas já está correndo, e o importante era isso. Agora sua volta é questão de dias”, respondeu o técnico Zinedine Zidane quando perguntado sobre Casemiro no último dia 7, após a vitória sobre o Leganés. O meio-campista madridista já trabalha com a bola, mas por enquanto se exercita sozinho. O objetivo é que esteja em perfeitas condições para o clássico de 3 de dezembro contra o Barça no Camp Nou.

As ‘rezas’ no Twitter

O meio-campista brasileiro de 24 anos, que sempre diz que o que lhe deixa mais feliz é acordar de manhã e ir para Valdebebas e escutar os aplausos do estádio Santiago Bernabéu a cada roubada de bola, está há dias rezando nas redes sociais. Mistura o símbolo das mãos juntas que rezam com a bola e seu número de camisa quando publica fotos de seu trabalho diário. “Para conquistar o objetivo é preciso se sacrificar e o sacrifício não comporta dias de descanso. Eu o faço com alegria!”, escreveu no sábado correndo em uma esteira. “A felicidade de voltar a sentir uma bola e o cheiro de grama. Vontade de voltar o quanto antes!”, anunciou na quinta-feira quando foi ao gramado trabalhar com a bola.

Contra o Atlético de Madrid, na final da Champions League, no San Siro, Casemiro foi quem mais roubou bolas (15; o segundo, Gabi, fez 11). Desde a lesão, perdeu 11 partidas (dos 20 gols levados pelo Real na temporada, 14 foram na ausência do brasileiro). Sua baixa, além disso, somou-se à de Modric (que voltou na partida contra o Leganés) e deixou o meio de campo do Real Madrid nas mãos de Toni Kroos.

Zidane precisou improvisar escalações diversas vezes já que não existem mais de quatro meio-campistas no elenco. Algumas vezes jogou com uma dupla de volantes formada por Kroos e Kovacic e Isco como meia de ligação. Outras, com Kroos ajudado por James Rodríguez e Asensio ou por James Rodríguez e Isco. Agora que o alemão e Modric estão lesionados, até que Casemiro volte, terá que colocar o meio de campo em ordem, fazer com que a equipe se organize e as linhas fiquem juntas.

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