_
_
_
_
_

Juiz manda soltar um dos protagonistas de ‘Making a Murderer’

Brendan Dassey foi condenado a prisão perpétua por ajudar o tio a assassinar uma mulher em 2005

Um juiz norte-americano ordenou a libertação de Brendan Dassey, condenado a prisão perpétua por ajudar seu tio Steven Avery, o protagonista da série documental Making a Murderer, a matar uma mulher em 2005. O magistrado, William Duffin, já anulara em agosto a sentença contra Dassey. Agora, ao considerar que existe baixo risco de fuga, ordenou colocá-lo em liberdade enquanto espera que a Justiça delibere sobre os recursos pendentes ou que um novo julgamento seja realizado.

As autoridades “não puderam demonstrar que Dassey representa um perigo presente para a comunidade”, afirmou Duffin em sua decisão, enfatizando que o comportamento do jovem no presídio “é muito benigno”.

Mais informações
‘Making a Murderer’: crimes reais voltam às séries
Novo telespectador de séries muda hábitos de consumo

O juiz tomou a decisão um ano após o lançamento, pelo Netflix, da série de 10 episódios Making a Murderer, sobre os imbróglios de Avery na Justiça, que também salpicaram seu sobrinho.

Dassey confessou, durante a detenção, ter ajudado o tio a estuprar e assassinar em 2005 a jovem fotógrafa Teresa Halbach, que foi vista pela última vez numa empresa familiar dos Avery em Wiscosin, um ferro-velho onde ela havia feito fotos. Ambos foram condenados a prisão perpétua num processo que, segundo a série, foi marcado por irregularidades. No caso contra Dassey, a investigação baseou-se somente em sua confissão. Mas o DNA de Avery foi encontrado na cena do crime.

Na anulação da sentença decretada em agosto, o juiz Duffin criticou as instâncias que intervieram no processo, especialmente os investigadores que prometeram a Dassey — na época com 16 anos e um diagnóstico de retardo mental — que ele não tinha nada para se preocupar enquanto o interrogavam. “Essas constantes falsas promessas, consideradas em conjunto com outros fatores pertinentes, como a idade de Dassey, seu déficit intelectual e a falta de apoio de um adulto (em todo o processo), levaram a uma confissão involuntária”, disse o juiz, deixando claro que os “direitos constitucionais” do jovem “foram violados”.

O caso de Avery chama especialmente a atenção, pois, antes do assassinato pelo qual foi condenado a prisão perpétua, ele já havia permanecido 18 anos atrás das grades por um crime que não cometeu.

Em 2005, apenas dois anos após sair da prisão, e enquanto Avery reivindicava uma milionária indenização ao condado de Manitowoc (Wiscosin), foi detido de novo — desta vez pelo assassinato de Halbach, do qual sempre se declarou inocente.

A série, criticada pelos promotores por ser parcial, gerou muita polêmica. O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu pedidos de indulto e esclareceu que sua autoridade no caso é nula, já que pertence à Justiça estatal de Wiscosin.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_