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FBI volta a inocentar Clinton pelo caso dos e-mails privados

A nova investigação, que prejudicou a candidata democrata na campanha eleitoral, acaba sem resultados

M. B.
Hillary Clinton posa para uma foto com uma apoiadora na Filadélfia.
Hillary Clinton posa para uma foto com uma apoiadora na Filadélfia.Andrew Harnik (AP)

A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, recebeu uma boa notícia neste domingo, dia 6 de novembro. Mas talvez seja tarde. O FBI isentou Clinton pela segunda vez do uso de uma conta particular de e-mails quando era secretária de Estado.

A dois dias das eleições presidenciais, o diretor da agência, James Comey, revelou em uma carta a vários congressistas que a revisão dos novos e-mails deixou inalteradas as conclusões sobre a inocência de Clinton.

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Comey põe fim assim à tormenta que marcou o final da campanha eleitoral para as eleições de terça-feira. Ao anunciar, em 28 de outubro, que seus agentes se dispunham a examinar novos e-mails relacionados à candidata democrata, colocou no centro da campanha um caso que reduziu as aspirações de Clinton. Seu rival, o republicano Donald Trump, utilizou o anúncio para reiterar sua mensagem, não comprovada, da suposta criminalidade de Clinton e chegou a afirmar que o escândalo era pior do que Watergate.

Concluída a revisão das novas mensagens, e assim como havia prognosticado a própria Clinton, nada ficou provado. “Segundo nossa análise, não mudamos nossas conclusões expressas em julho em relação à secretaria Clinton”, diz Comey na carta publicada no sábado, dia 5 de novembro. Em julho, o próprio Comey recomendou não abrir processo contra Clinton por seu uso irregular de e-mails durante o período à frente do Departamento de Estado, entre 2009 e 2013. Assim, deu o caso por encerrado.

Clinton deveria ter usado uma conta oficial do Governo que permitisse que suas comunicações fosse arquivadas. Além disso, é possível que com o uso de um computador particular, instalado em sua residência em Chappaqua, cidade próxima a Nova York, ela pudesse enviar, possivelmente de forma inconsciente, informação classificada.

A reabertura do caso dos e-mails, na reta final da campanha, aconteceu dentro de outra investigação. Os agentes encontraram novas mensagens em vários aparelhos eletrônicos de propriedade do ex-deputado Anthony Weiner, investigado por enviar mensagens obscenas a uma menor. Weiner é ex-marido de Huma Abedin, braço direito de Clinton.

O FBI apressou a revisão dos novos e-mails para poder esclarecer, antes das eleições de 8 de novembro, as dúvidas trazidas pelo anúncio de Comey, em 28 de outubro.

O anúncio, feito em uma carta ambígua e confusa, dava margem a interpretar que os agentes estavam investigando Clinton porque tinham encontrado informação suspeita. E colocou uma instituição suprapartidária no centro da luta política e Comey sob suspeita de ingerência política, o que lhe valeu críticas do próprio presidente Barack Obama. Ainda não se sabe que efeitos terá sobre o resultado eleitoral. O anúncio da nova análise reforçou a imagem de Clinton como uma política pouco transparente, ou realmente corrupta, segundo seus adversários.

A carta de deste domingo não só isenta Clinton como também isenta Comey das suspeitas de intervenção.

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