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Coreia do Sul tem um plano para matar Kim Jong-un

Enviaria uma unidade de elite ao Norte se tivesse indícios de um ataque inimigo iminente

Manifestantes contra o líder norte-coreano depois do último teste nuclear.Foto: reuters_live | Vídeo: AHN YOUNG-JOON (AP) / REUTERS-QUALITY
Macarena Vidal Liy

A Coreia do Sul contempla o possível assassinato do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Foi o que admitiu o ministro da Defesa, Han Min-koo, em uma sessão parlamentar realizada na quarta-feira.

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A declaração de Han chegou como resposta à pergunta de um deputado, Ki Sung-chang, do partido no governo Saenuri, sobre os rumores que circulavam ativamente em Seul sobre a existência do plano.

Em sua resposta, divulgada pelo jornal Korean Times, o ministro esclareceu que a Coreia do Sul “considera ativar uma unidade de forças especiais para que assassinem o líder norte-coreano, Kim Jong-un”, no caso de a Coreia do Norte dar sinais inequívocos de estar a ponto de lançar um ataque contra seu vizinho do sul. O plano está incluído no projeto “Castigo e Resposta Maciça Sul-Coreana”, a resposta militar a uma hipotética agressão norte-coreana, que A Coreia do Sul anunciou depois que o regime de Kim realizou no dia 9 seu quinto teste nuclear.

Esse plano prevê que, no caso de ameaça iminente, a Coreia do Sul desfecharia um ataque preventivo que incluiria tanto o lançamento simultâneo de mísseis de alta precisão como o envio de unidades especialmente treinadas. O objetivo final seria a própria liderança norte-coreana e suas instalações militares.

“Se ficasse claro que o inimigo está dando passos para atacar o sul com mísseis nucleares, para impedi-lo a ideia é destruir figuras e áreas-chave que incluem a liderança norte-coreana”, especificou o ministro.

O projeto “Castigo e Resposta” faz parte, por sua vez, de uma estratégia militar para fazer frente a possíveis ameaças norte-coreanas e inclui também o escudo antimísseis já existente no país e um sistema de ataques preventivos a cargo do Comando Conjunto EUA-Coreia do Sul, conhecido como Kill Chain (Cadeia para Matar).

“Se ficasse claro que o inimigo está dando passos para atacar com seus mísseis nucleares, para impedi-lo a ideia é destruir figuras e áreas-chave que incluem a liderança norte-coreana”

A Coreia do Sul e os EUA preparam também o posicionamento, no território do sul, de um avançado escudo antimísseis de fabricação norte-americana, conhecido pela sigla THAAD. Esse escudo suscitou protestos da China e da Rússia, que consideram que pode ameaçar sua própria segurança e conduzir a uma escalada armamentista na região.

O teste nuclear do dia 9 foi o mais potente realizado até agora pela Coreia do Norte, que garantiu ter detonado uma ogiva atômica de tamanho suficientemente reduzido para montagem em seus mísseis.

Depois do anúncio norte-coreano, a ONU, que emitiu uma declaração de condenação, começou os preparativos para uma nova resolução que imponha novas sanções à Coreia do Norte. No entanto, as aprovadas até agora, incluídas as que constam da resolução 2270, de março, depois do quarto teste nuclear norte-coreano, não parecem ter afetado o desenvolvimento do programa de armamento do regime de Kim, que considera as bombas nucleares a garantia de sua sobrevivência. Ao longo deste ano já realizou dois testes nucleares e de diversos mísseis de distinto alcance, aparentemente cada vez com melhores resultados.

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