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Altino: “SP deveria fazer um plebiscito sobre a legalização da maconha”

O candidato do PSTU à Prefeitura de São Paulo foi o sétimo entrevistado pelo EL PAÍS e TV Brasil

O candidato Altino Prazeres (PSTU), pouco antes da sabatina
O candidato Altino Prazeres (PSTU), pouco antes da sabatinaRicardo Matsukawa

Altino Prazeres, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSTU nas eleições municipais 2016, foi o sexto entrevistado pelo EL PAÍS Brasil e a EBC nesta terça-feira (20). Os veículos fizeram uma parceria para sabatinar os candidatos da capital paulista. Altino tem 49 anos, é formado em matemática, presidente licenciado do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e nunca concorreu a um cargo político. Em sua declaração de bens disse possuir apenas uma bicicleta e alguns eletrodomésticos.

Ao longo dos 30 minutos de entrevista falou bastante sobre o sistema de transporte paulistano, comentou temas da política nacional e criticou em diferentes ocasiões as opções da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para o Metrô. Uma das ideias na área é que o sistema de ônibus fosse estatizado. “O tempo que levaria para essa estatização dependeria de muitas questões, mas a ideia é estatizar todo o sistema de transporte ainda neste mandato”, disse.

Sindicalista, Altino defendeu que as decisões da cidade deveriam passar por conselhos populares formados por trabalhadores e organizações da sociedade civil. Para ele, os distritos que mais recebem investimento são centrais e tem infraestrutura boa. “Se os investimentos fossem discutidos com a população e conselhos seria possível alocar os investimentos nas áreas mais carentes”.

Ao ser questionado sobre a generalidade de seu Programa de Governo, que trata mais de temas nacionais do que de temas da cidade, Altino disse que “todos os candidatos deveriam se pronunciar sobre as grandes questões que irão, de uma forma ou outra, impactar na cidade”. Para ele, o mais importante nesta corrida eleitoral não é decidir sobre obras que “mais tarde se mostrarão inviáveis ou que não terão apoio da sociedade”, mas mostrar como vê o mundo.

No campo da educação, o candidato defende que o projeto pedagógico das escolas seja discutido com a comunidade escolar. Quando perguntado como lidaria com uma proposta do teor do “Escola Sem Partido” (criticado pelo PSTU e por uma série de educadores), que começou a ser gerado a partir do descontentamento de um pai – ou seja, dentro da comunidade escolar – disse que todos os temas seriam debatidos antes com especialistas que dariam pareces e a sociedade poderia decidir tendo como base eles.

Velho conhecido da política brasileira, o PSTU tem mais de 20 anos de existência, embora nunca tenha elegido um candidato parlamentar no município de São Paulo. Apesar disso, Altino disse que não teria problemas em mostrar como o partido gasta o dinheiro vindo do fundo partidário e até disse que levaria a questão da transparência para discussão. “Quando veio a limitação de 45 milhões para gastos em campanha, a gente até brincou, porque talvez gaste apenas 40 mil”, completou.

No final, ao falar sobre sua avaliação ao programa “De Braços Abertos”, que trata dos dependentes de crack na região central da cidade, o candidato sugeriu algumas mudanças, mas focou a argumentação na legalização das drogas. Para ele, seria interessante que São Paulo fizesse um plebiscito sobre a legalização da maconha, por exemplo. “Acho vantajoso para a sociedade, apesar de ser polêmico”, completou.

Após a sabatina, Altino disse que em um segundo turno, o PSTU estudaria o apoio a Luiza Erundina e que todos os outros seriam rejeitados. As entrevistas com os candidatos serão transmitidas ao vivo pelo site do EL PAÍS Brasil e em edição especial do Repórter SP, às 12h30 (de 21 a 23 de setembro) na TV Brasil, e poderão ser acompanhadas pelo portal EBC. Assista à entrevista com Levy Fidelix na íntegra:

Encerrada a última sabatina da série. Marta Suplicy e Celso Russomanno não aceitaram o convite para participar.
"Chamamos os trabalhadores para se mobilizar contra o golpe de Estado", diz.
Áreas agradece o convite, diz que é a primeira vez que o PCO participa de uma sabatina na TV aberta.
Considerações finais
"Bater no PT significa se alinhar com a direita", diz Áreas. Ele não acha que a decepção com o PT pode se reverter em votos para o PCO. "Do ponto de vista ativista é natural que os petistas tenham simpatia por nós"
Gil Alessi pergunta se o descontentamento com o PT pode refletir nas eleições e dar votos para o PCO neste ano.
Áreas diz que há uma tradição do PCO de fazer campanha pelo voto nulo no segundo turno. "O PT é um partido que representa a burguesia", diz.
Aline Scarso pergunta: se Haddad chegar ao segundo turno, o PCO vai apoiá-lo?
"Acho que sim", diz Áreas. "A burguesia e os capitalistas conseguem seu lucro a partir do trabalhador".
"Ainda é momento de se falar trabalhadores e burguesia", pergunta a apresentadora, lendo o programa de governo do PCO.
O candidato do PCO diz que ainda existem muitas fábricas nas cidades e mesmo os setores de serviços, como os Correios, onde Áreas trabalha, funciona com uma classe operária.
A maioria dos trabalhadores está no setor de serviços, diz o repórter do EL PAÍS.
André Oliveira pergunta se não é antiquado estar em uma organização operária nos dias de hoje.
Aline Scarso pergunta sobre as alianças feitas pelo PCO em nível nacional.
Henrique Áreas responde dizendo que o problema é a dificuldade de locomoção na cidade. "Para o trabalhador, o interessante é que tenha transporte público eficiente".
André Oliveira pergunta se a diminuição da velocidade nas vias não beneficia também o trabalhador que vai a pé para o trabalho, já que é uma medida de segurança.
Henrique Áreas diz que a direita se diz contra para atacar o prefeito Haddad.
Gil Alessi pergunta sobre o limite de velocidade nas vias e a cobrança de multas. O PCO é contra as multas, uma visão mais alinhada com a direita. "Não é contraditório?", pergunta.
"A gente defende o não pagamento de nenhuma dívida", diz Áreas. Daí sobraria dinheiro para aumentar o salário mínimo, segundo o candidato.
A apresentadora pergunta sobre a proposta de aumentar o salário mínimo para 4.000 reais.

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