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Manifestantes vão à casa de Temer em São Paulo no terceiro ato da semana

Protesto pedindo a saída do presidente reúne 15.000 pessoas segundo os organizadores

Marina Rossi

Gritando "Fora, Temer" e "Diretas já", uma multidão marchou até a casa do presidente Michel Temer, na Zona Oeste de São Paulo, na noite desta quinta-feira. A estimativa de Guilherme Boulos, líder do MTST e um dos convocadores da marcha, é que cerca de 15.000 foram foram ao ato. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público. Foi a terceira manifestação contra o presidente na semana e, assim como na quarta-feira, terminou sem repressão policial.

Manifestação pelo 'fora Temer' nesta quinta em São Paulo.
Manifestação pelo 'fora Temer' nesta quinta em São Paulo.Andre Penner (AP)
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O ato teve concentração no Largo da Batata, mesmo local onde, no domingo, a Polícia Militar jogou bombas de gás e jatos d'água para dispersar uma manifestação que já havia acabado. Desta vez, porém, os policiais apenas acompanharam o protesto que saiu por volta das 19h em direção ao bairro Alto de Pinheiros, onde fica a casa do presidente Michel Temer. Um helicóptero da polícia sobrevoou os manifestantes durante todo o trajeto. 

A marcha durou cerca de uma hora e meia até a frente da casa do presidente, local onde ele não reside no momento. A residência estava cercada com grades baixas e escoltada por policiais militares e do Batalhão de Choque. Ali, os manifestantes pediram a saída do presidente, e o petista Eduardo Suplicy propôs, no microfone, a realização de um plebiscito para que a população decida se quer ou não que Temer permaneça no poder.

Depois, o ato dispersou e parte dos manifestantes retornou ao Largo da Batata, para a estação Faria Lima do metrô. Um grupo de cerca de 20 pessoas tentou realizar um catracaço, mas acabou desistindo e pagando a tarifa para embarcar. Os seguranças do metrô impediram a entrada de graça, formando uma barreira, mas não utilizaram de violência.

Uma nova manifestação está convocada para este domingo, a partir das 14h, na avenida Paulista. De acordo com Guilherme Boulos, a expectativa para o novo ato é grande. "Viemos até aqui hoje, porque este local é simbólico", disse Boulos ao ser questionado sobre o destino final do ato. "Mas a nossa grande expectativa é com o domingo".

Boulos afirmou que os movimentos informaram à Polícia Militar sobre o trajeto do ato previamente. Poucas horas antes de a manifestação ocorrer, representantes de alguns movimentos sociais, da secretaria de Segurança Pública, da secretaria de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Defensoria Pública participaram de uma reunião convocada pelo Ministério Público de São Paulo. De acordo com o procurador-geral da Justiça de São Paulo, João Paulo Ismani, foi criado um grupo de trabalho envolvendo essas instituições para elaborar um "protocolo de práticas de aperfeiçoamento do trato dessas questões que envolvem manifestações". Ainda não há uma data para que o grupo comece a trabalhar. 

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