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Maduro ameaça fazer expurgo se a oposição tentar um golpe de Estado

O presidente da Venezuela diz que a reação de Erdogan ao golpe pareceria com a de um bebê de colo comparada à sua

Nicolás Maduro, em um discurso em Chaguaramas (Venezuela) nesta sexta-feira.
Nicolás Maduro, em um discurso em Chaguaramas (Venezuela) nesta sexta-feira.HANDOUT (REUTERS)
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O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, prometeu quinta-feira que, se a oposição venezuelana ousar ultrapassar “os limites do golpe”, a força da contraofensiva organizada a partir de seu Governo fará o presidente turco Recep Tayyip Erdogan parecer “um bebê de colo”.

“Os senhores viram o que aconteceu na Turquia? Endorgan vai ficar parecendo um bebê de colo tendo em vista o que a revolução bolivariana fará se a direita cruzar a linha do golpe”, disse o presidente venezuelano durante a transmissão televisiva da cerimônia da abertura do “Motor Industrial” do programa governamental de 15 pontos para a recuperação da economia. Maduro se referiu com essas palavras ao feroz expurgo que o regime de Ancara fez em todos os segmentos da administração pública e da vida nacional depois do fracassado levante militar de 15 de julho.

Acossado por uma grave crise econômica e uma queda de popularidade que levou sua aprovação a níveis mínimos –ao redor de 20%– Maduro enfrenta o desafio da oposição, que exige a realização de um referendo revogatório contra seu mandato presidencial ainda neste ano. O regime de Caracas está se valendo do controle que exerce sobre o órgão eleitoral para retardar o processo de convocação da consulta. Por causa disso, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), aliança de oposição, está convocando a chamada “Tomada de Caracas”, uma concentração que deve acontecer no dia 1º de setembro e que segundo o próprio secretário-geral da aliança, Jesús Torrealba, “não será mais uma manifestação”, mas “uma das maiores mobilizações da história”, que permitirá “mostrar o tamanho do mal-estar que existe no país” e “começar a derrota deste regime”.

Embora os organizadores da manifestação tenham afirmado que o objetivo é pressionar as autoridades eleitorais para que estabeleçam uma data definitiva para que a oposição possa colher 20% das assinaturas do padrão eleitoral necessárias para convocar o referendo, o Governo de Maduro insiste que a finalidade oculta da manifestação é gerar violência e assim precipitar um golpe de Estado.

Maduro já havia anunciado nesta semana que no dia 1º de setembro dará início à “contraofensiva revolucionária junto ao poder popular” se a oposição sair para “esquentar as ruas” e lançar a “guerra não convencional” da qual o Governo venezuelano diz ser objeto. “É hora de lutar, é hora de ir contra os zumbis e pitiyanquis [pró-americanos]”.

Apesar do contundente jargão militar, Maduro afirmou no mesmo evento que deseja a paz. “Quero paz, quero prosperidade, quero diálogo, e vamos conseguir isso”, disse a uma plateia de funcionários públicos e empregados de empresas estatais reunidos no sul do Estado de Monagas (leste da Venezuela).

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