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Homem confessa intenção de atirar em Trump durante comício em Las Vegas

Britânico de 19 anos tentou tomar a arma de um policial e declarou que “tentaria novamente”

Pablo Ximénez de Sandoval
Detenção de Sandford.
Detenção de Sandford.John Locher (AP)

Um estranho incidente do último fim de semana em um comício do Donald Trump elevou a inquietação sobre a segurança do candidato republicano para as eleições de novembro dos Estados Unidos e a tensão gerada por sua campanha. Um jovem foi detido no sábado passado em Las Vegas, Nevada, porque teria tentado tomar a arma de um dos policiais que vigiavam o evento. Documentos judiciais divulgados nesta segunda-feira mostram que sua intenção, segundo a declaração dos policiais, era matar o candidato.

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Michael Steven Sanford é cidadão britânico e tem 19 anos. Segundo a declaração de um membro do Serviço Secreto, depois de ser preso, Sanford afirmou que tinha viajado da Califórnia até lá com a intenção de matar Trump. Na sexta-feira antes do comício foi a uma academia de tiro da cidade, uma atividade popular em Las Vegas, e praticou com uma pistola Glock de 9 milímetros.

Segundo a acusação, “Sandford declarou que tentava matar Trump há cerca de um ano, mas decidiu agir nessa ocasião porque finalmente se sentia confiante para isso”. Ele é acusado de comportamento violento em recinto fechado, segundo uma porta-voz da Procuradoria dos Estados Unidos citada pela Reuters.

A promotoria informou que Sanford foi mandado à prisão sem fiança. Não formulou uma declaração de inocência ou culpabilidade. O caso será julgado em 5 de julho.

Sanford explicou que mora nos Estados Unidos há 18 meses, primeiro esteve em Hoboken, Nova Jersey, e depois na Califórnia.

Durante o comício, o jovem se fixou em um determinado policial que estava com a pistola destravada. No interrogatório, explicou que acreditava ser mais fácil conseguir uma arma dentro do ato do que passar com ela pela segurança. Segundo a denúncia, Stanford afirmou que “se fosse solto amanhã, tentaria de novo”.

Para assistir a um comício de Donald Trump basta consultar a agenda no site de campanha e pedir um ingresso. Os comícios em geral reúnem um grande número de pessoas em recintos grandes, como pavilhões esportivos ou centros de convenções. O de sábado era em um teatro do hotel Treasure Island de Las Vegas, com capacidade para 1.600 espectadores.

Não é raro haver detidos nos comícios de Trump. No sábado, pelo menos mais uma pessoa foi retirada do recinto além de Stanford. Desde que despontou como provável candidato republicano à presidência, os enfrentamentos em seus atos públicos estão subindo de tom, com cenas de violência nos arredores. Em Las Vegas, em um local para mais de 5.000 pessoas, durante as primárias de Nevada em março passado, Trump disse sobre um manifestante: “Eu gostaria de dar um murro na cara dele”.

Donald Trump tem proteção do Serviço Secreto desde novembro passado. É o mesmo corpo de elite que protege o presidente. Até agora, a única ameaça que se viu em um comício foi em Dayton, Ohio, quando um homem tentou subir no palco e foi interceptado pelo Serviço Secreto. Esta é a primeira ameaça de morte conhecida contra o candidato.

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