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Polícia belga detém 12 suspeitos de planejar atentados

Autoridades antiterror fizeram buscas em imóveis de várias regiões do país durante a noite

Álvaro Sánchez
Policial participa de uma operação antiterror em Schaerbeek, depois dos atentados de março.
Policial participa de uma operação antiterror em Schaerbeek, depois dos atentados de março.V. KESSLER

Noite sem trégua na Bélgica. O Ministério Público do país informou que a polícia deteve 12 suspeitos de planejar atentados, além de realizar buscas em imóveis de 16 cidades, a maioria na região de Bruxelas. Entre os alvos estavam os subúrbios de Molenbeek, um dos principais focos de radicalismo islâmico na Europa, Schaerbeek, de onde saíram os terroristas que cometeram um atentado contra o aeroporto da capital belga em 22 de março, e Zaventem, onde fica o terminal aéreo.

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“As provas colhidas mostraram que era necessária uma intervenção imediata”, afirmou o Ministério Público em nota divulgada na manhã deste sábado. Segundo a rede de televisão VTM, as concentrações de torcedores na tarde deste sábado para assistir em telões à partida Bélgica x Irlanda, pela Eurocopa, poderiam ser alvos de atentados tramados pelos suspeitos. O gabinete de crise do Governo belga se encontra reunido neste momento.

As autoridades disseram que houve operações de busca e apreensão também nas regiões de Flandres e Valônia. Ao todo, 152 garagens foram inspecionadas, e 40 pessoas foram interrogadas, sem que incidentes tenham sido registrados. Armas e explosivos não foram encontrados, mas os serviços de segurança apreenderam materiais que poderiam revelar as intenções dos acusados, cuja permanência sob detenção será decidida nas próximas horas por um juiz. Horas antes das operações, as autoridades haviam anunciado a prisão de Youssef E. A., de 30 anos, supostamente envolvido nos atentados de março.

Nesta semana, o jornal belga La Dernière Heure disse ter tido acesso a um memorando interno da polícia que alertava para o “risco iminente” de atentados no país, e esta megaoperação parece dar mais credibilidade a esses rumores. Até agora, o alerta antiterrorista se mantém no nível 3, o segundo mais alto, que representa uma ameaça “grave, possível e crível, mas sem dados concretos que apontem uma ameaça iminente”. É o mesmo nível de alerta mantido nos últimos meses, exceto por dois parênteses de vários dias logo depois dos atentados de Paris (novembro) e Bruxelas, quando subiu para o nível 4. Nos últimos meses, esse alerta em nível 3 se refletiu numa maior presença militar nas ruas e pontos de infraestrutura do país.

O Ministério Público não revelou a identidade dos detidos, alegando que a operação ainda está em curso. A ação ocorre quase três meses depois do duplo atentado que matou 34 pessoas no aeroporto e no metrô de Bruxelas. As autoridades continuam tentando remontar detalhadamente a concepção e execução desses ataques, e na sexta-feira vários acusados participaram com policiais de uma reconstituição do atentado do metrô, percorrendo o itinerário desde o apartamento que servia de esconderijo até a estação — semanas atrás, o mesmo havia sido feito com relação ao atentado do aeroporto.

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