_
_
_
_
_

Google apresenta Allo, o ‘WhatsApp’do futuro

O sofisticado aplicativo de mensagens utiliza inteligência artificial

Allo, o novo aplicativo de mensagens do Google.
José Mendiola Zuriarrain
Mais informações
24 horas sem “zap-zap”: brasileiros buscam alternativa para o vício
WhatsApp começa a criptografar mensagens
Telegram: guia para usar o ‘app’ e entender o que o diferencia do WhatsApp
Um desconhecido pode nos achar no Facebook usando uma foto nossa?

Se alguém nos perguntasse como seria o WhatsApp do futuro, esta previsão não estaria tão longe do que foi apresentado na quarta-feira pelo Google em sua conferência I/O. A empresa lançou o Allo, um aplicativo de mensagens sofisticado para celulares que tem uma série de ingredientes fundamentais para fazer frente à competição. O Google já havia estreado de alguma forma no segmento de mensagens móveis com o Hangouts, mas o gigante acaba de se reinventar e conta um novo produto que aproveita o potencial dos algoritmos da empresa.

O que é o Allo exatamente? É um programa de mensagens para celular muito semelhante ao WhatsApp, mas que melhora em muitos aspectos a oferta existente no mercado. O Google colocou na coqueteleira os melhores ingredientes de seus rivais, incorporando sua magia particular e, como resultado, temos um aplicativo de mensagens útil, versátil e muito divertido. A empresa de Mountain View tem habilmente seguido os passos do Facebook, ao não exigir que o usuário do Allo tenha uma conta ativa em seu sistema: basta digitar o número do celular para começar a utilizá-lo.

O Allo virá acompanhado, como aplicativo separado, pelo Duo, um app para ligações com vídeo que completa a oferta

Na verdade, com o Allo, o Google parece querer enfrentar diretamente o Facebook e seu Messenger, uma vez que algumas das funções apresentadas já foram esboçadas pelo time de Zuckerberg com o M, um assistente virtual em desenvolvimento que em breve será incorporado ao aplicativo de mensagens. No caso do Allo, o serviço também incorpora um sistema de inteligência artificial, que recolhe a informação contextual e oferece uma série de respostas que poderiam ser utilizadas. Por exemplo, se alguém escrever para um amigo no Allo “ontem estive em uma festa”, o sistema pode oferecer respostas automáticas como “e como foi?” ou “você se divertiu?”, de forma que não seria necessário escrever uma única linha.

Trata-se, em essência, do poderoso motor do Google e seu algoritmo, explorado para o serviço do usuário em um aplicativo de mensagens. Esse serviço é tão poderoso que funciona até mesmo com uma fotografia, analisando seu conteúdo e oferecendo respostas relacionadas. A equipe do Google se adiantou às possíveis críticas dos que são mais preocupados com a privacidade, informando que as conversas são criptografadas de ponta a ponta (como já feito pelo WhatsApp) para que ninguém, a não ser os interlocutores, saibam o conteúdo da conversa.

Com o Allo, o Google parece querer enfrentar diretamente o Facebook e seu Messenger, já que algumas das funções apresentadas foram esboçadas pela equipe de Zuckerberg com o M

Mas o Google foi ainda mais longe na hora de oferecer uma ferramenta útil e diferente da existente no mercado: o Allo integra em seu sistema todo o motor do Google, para que seja possível fazer reservas em restaurantes ou marcar compromissos sem precisar sair do aplicativo. O gigante tampouco quis ignorar a parte lúdica e divertida de um aplicativo desse tipo; assim, em uma conversa, é possível anexar fotos e escrever diretamente sobre elas, e reduzir ou ampliar o texto para expressar um estado de espírito. O Google também se antecipa aos acontecimentos e anunciou que o Allo será acompanhado, como um aplicativo separado, pelo Duo um app para ligações com vídeo que completa a oferta.

Ambos os aplicativos estarão disponíveis em meados deste ano tanto para o iPhone quanto para o Android, e não há dúvidas de que sua chegada não vai passar despercebida. No entanto, o lançamento também desperta questionamentos: o mercado não esquece a rapidez do gigante em eliminar serviços que não lhe interessam em suas conhecidas limpezas de primavera, e, no passado, há uma trilha inteira de cadáveres ilustres como o Wave ou o Reader, entre outros. Fará o mesmo com o Allo em poucos anos? A questão tem sido levantada em redes sociais e tem sua lógica. Afinal de contas, estamos falando de algo com mais impacto sobre o usuário, como é o caso dos aplicativos de mensagens.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_