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Chega a Havana o primeiro cruzeiro saído dos Estados Unidos em meio século

Adonia atracou no porto da capital cubana nesta segunda-feira em meio a uma enorme expectativa

Chega a Cuba o primeiro cruzeiro de EUA após 50 anos.Foto: reuters_live
Luis Barbero

O Adonia já está em Havana. O primeiro cruzeiro que conecta os Estados Unidos e Cuba em mais de meio século chegou na manhã de segunda-feira às 9h (10h de Brasília) ao porto da capital da ilha em meio a uma enorme expectativa. No Malecón, um grupo de pessoas deu as boas-vindas aos passageiros que viajam a bordo do barco. A chegada do navio da Carnival, a maior empresa de cruzeiros do mundo, é consequência da nova política de entendimento entre os Estados Unidos e Cuba, que em dezembro de 2014 colocou fim a décadas de hostilidade.

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A histórica viagem é o resultado de meses de negociação, em que a Carnival conseguiu ser a empresa escolhida para operar novamente entre os dois países vizinhos. É também um dos avanços mais nítidos no complicado caminho a uma normalização plena das relações entre os Estados Unidos e Cuba.

O Governo de Obama acredita que a chegada de empresas norte-americanas à ilha irá estimular a economia cubana e, dessa forma, melhorar o nível de vida das pessoas que vivem na ilha. Uma estratégia muito diferente da utilizada no último meio século pelas sucessivas administrações norte-americanas, que foram partidárias do bloqueio à ilha. Mas a principal demanda do Governo de Raúl Castro, o levantamento do embargo, ainda não tem data, já que se trata de uma decisão que deve ser tomada pelo Congresso dos EUA, dominado pelos republicanos.

Enquanto esse momento não acontece (a concorrente democrata Hillary Clinton se mostrou partidária do fim do embargo se for eleita presidenta dos EUA), as empresas americanas já estão preparando sua estratégia para facilitar sua entrada no mercado cubano. A Google tem planos para dar aos cubanos acesso à Internet, enquanto a rede de hospedagem Airbnb já possui mais de 4.000 casas para alugar em Cuba.

O Adonia partiu de Miami no domingo até Havana, onde chegou na manhã de segunda-feira. Permanecerá na capital cubana por dois dias. Posteriormente, o cruzeiro se dirigirá até a cidade de Cienfuegos e depois até Santiago de Cuba, de onde iniciará o retorno ao porto de Miami, com chegada prevista no domingo. A empresa Fathom, propriedade da Carnival, prevê a realização de um cruzeiro a cada duas semanas entre o porto de Miami e Cuba.

A viagem do primeiro cruzeiro esteve envolvida em certa polêmica nas últimas semanas, já que a Carnival inicialmente se recusou a vender passagens aos nascidos em Cuba que vivem nos Estados Unidos. O motivo era uma lei cubana que impedia que os cubanos voltassem à ilha por via marítima. Após uma ação por discriminação e as críticas do Governo de Obama, a empresa mudou de decisão e abriu as vendas a qualquer pessoa. A Carnival afirmou, então, que estava disposta a atrasar a saída do histórico cruzeiro, algo que no final não foi necessário porque Cuba acabou com a lei. De acordo com a empresa, uma dúzia de pessoas nascidas em Cuba viajou no cruzeiro, de um total de 600 passageiros.

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