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Juíza do caso Lula mantém segredo de justiça e diz que análise “demandará algum tempo”

"Trata-se de processo de elevada repercussão social", justificou Maria Priscilla Ernandes

Rodolfo Borges
Lula fala a apoiadores no dia 4 de maio.
Lula fala a apoiadores no dia 4 de maio.PAULO WHITAKER (REUTERS)
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Após o alarde causado pelo pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma promessa de discrição. A juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, divulgou nota para informar que o processo em que o petista é acusado de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro seguirá em segredo de justiça. Na mensagem distribuída pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Ernandes diz ainda que sua análise "demandará algum tempo".

A juíza destaca que "trata-se de processo de elevada repercussão social, em que há acusações contra ex-presidente da República e requerimento de medidas cautelares sérias". "Neste momento saliento que o processo apresentado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo possui 36 volumes, ainda não findo o processo de digitalização, e já existem habilitações de procuradores de alguns denunciados, e para a análise da viabilidade da acusação, bem como dos pedidos cautelares formulados, necessária a detida apreciação de todo o material apresentado, o que demandará algum tempo", explica Ernandes.

A assessoria do TJ-SP informou que a nota foi divulgada "em razão da grande procura pela imprensa sobre o andamento da denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo". Depois que o pedido de prisão do ex-presidente se tonou público, no fim da tarde de quinta-feira, as atenções se viraram para a juíza Maria Priscilla Ernandes, que ganhou perfil nos jornais baseado em suas redes sociais e já está sentindo o peso de ter nas mãos o futuro do ex-presidente Lula.

O tumultuado caso Lula teve seu primeiro capítulo público em fevereiro, quando, convidado a depor sobre o caso do Triplex no Guarujá (SP), o petista acabou dispensado, por conta de uma decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A ausência de Lula naquele dia não impediu que militantes petistas e críticos do ex-presidente se enfrentassem em frente ao fórum da Barra Funda, na capital paulista. Dias depois, Lula seria submetido a uma condução coercitiva por conta de outra investigação, da Operação Lava Jato, e o clima político do país só tem se acirrado desde então.

Nesta sexta-feira, a Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais ligados ao PT, confirmou que Lula estará no ato de apoio a ele convocado para daqui a uma semana, no dia 18. Segundo os movimentos da Frente Brasil Popular, as entidades pró-Lula não estarão presentes na avenida Paulista neste domingo, 13, quando acontece o ato que pede o impeachment de Dilma Rousseff, como os petistas chegaram a cogitar após a condução coercitiva. Para eles, a manifestação de domingo tem uma "pauta golpista".

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